Frente ao atual cenário mundial de grãos, como os produtores brasileiros devem se preparar?

Frente a uma oferta mais apertada dos cereais e uma demanda aquecida pelos derivados de soja, as cotações dessas commodities estão a todo vapor no mercado.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 01/11/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Com todos os acontecimentos ao redor do globo, estamos presenciando um momento único para os produtores brasileiros, tanto para o trigo quanto para o milho e a soja. Frente a uma oferta mais apertada dos cereais e uma demanda aquecida pelos derivados de soja, as cotações dessas commodities estão a todo vapor no mercado.

As condições climáticas negativas então sendo uma das principais responsáveis pela escassez do trigo e do milho. Com a forte seca que atingiu os Estados Unidos, Argentina e Europa, o milho teve uma redução na oferta mundial. Além disso, a Rússia anunciou o fim do acordo do Corredor de Grãos, fazendo com que os produtos excedentes na Ucrânia, não consigam ser escoados com facilidade do país. Agravando o cenário, os EUA estão com dificuldades logísticas no Rio Mississippi, não apenas atrasando a saída dos grãos, mas também encarecendo os produtos.

Olhos voltados para o Brasil. No país, o clima segue favorável para a soja e o milho, apresentando dificuldades para o trigo na região sul. A colheita dos grãos de trigo já teve início nos principais estados produtores do Brasil. O Paraná avança com 64% das áreas ceifadas, enquanto Santa Catarina 2,6% e Rio Grande do Sul 7%. Com as intempéries climáticas que atingiram tanto o sul brasileiro, quanto outros países produtores do cereal, as negociações de trigo sofreram grandes variações.

O plantio da soja já atingiu 46% da área total e segue avançando, com um leve atraso causado pelo excesso de chuvas no sul. No Paraná, um dos principais produtores da oleaginosa, o Deral informou que a semeadura alcançou 44% da área total até a 3° semana do mês, apresentando um atraso de 16 pontos percentuais ante a mesma época do ano anterior. Subindo para o norte, os trabalhos estavam mais adiantados. No Mato Grosso, segundo o Imea, até a última sexta-feira (28) o plantio estava em 83,45% da área total, acima dos índices anteriores.

Para o milho, o plantio conseguiu evoluir para 74,2% após atrasos causados pelas chuvas na região. Nas últimas semanas, acompanhamos a situação das lavouras de milho nos EUA, Europa e Argentina, todas afetadas pela seca nas principais regiões produtoras. Nos Estados Unidos, a colheita estava em 61% do total, atrasada em 3 pontos percentuais ante ao ano anterior. No Corn Belt, os mapas indicam intensidades de seca entre D2 e D4, ou seja, seca severa e excepcionalmente seca. Com o anúncio da redução de produção do cereal na Argentina e União Europeia, as atenções se voltam para o Brasil.

As incertezas sobre a safra de grãos mundial ainda podem causar elevação dos preços. Cabe ao produtor estar bem-informado e ter seus grãos armazenados num local com as condições ideais para valorização do seu produto, analisando o mercado para realizar a comercialização no momento certo. Os proprietários dos armazéns graneleiros da TB, alertam para as flutuações dos preços e os riscos que os produtores tem ao deixar seus grãos desprotegidos. Como sabemos, a armazenagem dos produtos é de extrema importância e deve ser levada a sério e realizada com qualidade e segurança.

No último dia 30 tivemos o 2° turno do pleno eleitoral e a eleição de um representante mais centro esquerda para o país. O resultado ainda está sendo digerido pelo mercado e as consequências negativas ou positivas deverão ser sentidas ao longo do mês de novembro, aumentando assim a necessidade de proteção por parte dos produtores.

TAGS:

Acesse todos os nossos conteúdos

Publicidade

Publicidade

Seja um assinante e aproveite.

Últimas notícias

plugins premium WordPress

Acesse a sua conta

Ainda não é assinante?