O Rio Grande do Sul enfrenta uma semana difícil após uma inundação devastadora que causou grandes perdas humanas e materiais. A extensão total dos danos ainda não foi completamente avaliada, mas um levantamento preliminar, especialmente focado no setor agropecuário, está em andamento, segundo Marcos Rubin, fundador da Veeries – Agronegócio.
Até o momento, os impactos da chuva no agronegócio do Rio Grande do Sul são significativos. Na cultura da soja, uma quantidade considerável de 4,5 milhões de toneladas ainda estava nos campos, representando cerca de 20% da área total a ser colhida. Destas, entre 1,5 e 2 milhões de toneladas já são consideradas perdidas. O destino do restante dependerá das avaliações subsequentes.
No caso do milho, aproximadamente 15% das lavouras da primeira safra estavam prontas para a colheita, resultando em perdas estimadas em cerca de 400 mil toneladas. Além disso, ainda restava colher cerca de 15% da área de milho de primeira safra no estado.
A situação é preocupante também para o setor de carnes, com pelo menos 10 frigoríficos de aves e suínos suspendendo suas operações devido aos bloqueios nas rodovias. Isso impede o transporte de animais, rações e insumos, e a normalização da situação pode levar até 30 dias. As perdas nos rebanhos ainda não foram quantificadas, mas serão um fator importante nas projeções futuras de demanda por rações no estado.
No que diz respeito ao arroz, as perdas iniciais são estimadas em aproximadamente 200 mil toneladas, de uma safra que tinha potencial para chegar a 10,8 milhões de toneladas, considerando a excelente produtividade até o momento dos problemas ocorrerem.
Por fim, a logística de fertilizantes também foi afetada, com atrasos nas entregas programadas para a safra de inverno devido a problemas no porto de Rio Grande e danos às pontes e estradas no interior do estado. Esses contratempos levantam dúvidas sobre as entregas no curto prazo.