Iniciando mais uma semana com um forte sobe e desce para os principais contratos de café em NY, a recomendação é para que todos “apertem os cintos” pois a volatilidade deve continuar. Após uma semana cheia de tensão, acompanhamos os preços do café serem pressionados para baixo. No acumulado, o contrato dez/22 (KCZ22) recuou -5,70% na semana.
Após as notícias sobre a inflação americana, os ativos de risco ao redor do globo apresentaram uma resposta negativa, preocupando o mercado e fazendo com que os fundos + especuladores liquidassem as suas posições.
Em um período delicado, os fundamentos da oferta e da demanda brigam por um lugar de destaque. Como sabemos, para o café, a conversa é ainda mais séria, pois ele é um produto de “luxo”, um bem não essencial a vida, que tem seu consumo ligado diretamente ao poder de compra da população. Nessa quarta-feira (21), teremos a resposta tão temida pois o FED e até mesmo o BC Brasileiro divulgarão os dados para a taxa de juros. Vale lembrar que as apostas do mercado giram em torno de um aumento de juros pelo FED em +0,75 pontos. Esse cenário apenas fortaleceu o dólar, colaborando para a desvalorização desta commodity.
Auxiliando para que os preços fiquem no chão, o clima no Brasil, maior produtor mundial de arábica, entrou em cena. Após preocupações com a seca para MG, maior estado produtor, houve leves chuvas na semana e é esperado um volume ainda maior para os próximos dias, dando “alívio” ao mercado para a próxima oferta da safra brasileira.
Porém, novamente os estoques certificados da ICE voltaram a cair, a preocupação é que ao longo dessa semana eles possam atingir 500 mil sacas, o que representaria um aumento na demanda, afinal, esse volume seria o menor em 23 anos! E é claro que esse cenário tem mais um apoio, as exportações brasileiras. De acordo com a Cecafé, as exportações estão “a todo vapor”, e é esperado que para esse mês o volume atinja 3 milhões de sacas.
Seria isso uma resposta dos consumidores, frente ao temor pelo tamanho da quebra da safra brasileira? Esse número, ainda não divulgado, irá pesar na balança do preço de nosso querido café.
