O café arábica encerrou o pregão de Nova York com uma surpreendente alta, de 4,53%, para os contratos com vencimento em março de 2025, chegando a US$ 2,9405, avançando em direção às máximas de mais de 13 anos, à medida que os traders avaliavam as perspectivas de oferta global.
A avaliação da Trading Economics é que os investidores seguem de olho na colheita do Brasil, sem haver nenhuma mudança nos fundamentos técnicos que suportam as cotações futuras do grão.
“O Brasil, o principal produtor mundial, parece ter perdido algum potencial devido à seca deste ano, com previsões apontando para uma menor produção de arábica nesta temporada. Apesar de algumas chuvas recentes, a humidade do solo continua insuficiente, prejudicando o desenvolvimento dos frutos, o que poderá ameaçar a colheita do próximo ano”, aponta o boletim de fechamento da consultoria.
A safra de café 2025/26 do Brasil foi estimada em 65,6 milhões de sacas de 60 kg, uma queda de 0,4% em comparação com o ciclo anterior, de acordo com um primeiro levantamento da consultoria StoneX. A colheita do arábica, por sua vez, deverá cair 10,5% em relação ao ano anterior, para 40 milhões de sacas, acrescentou a empresa.
A alta do arábica também acompanha a valorização do café robusta na bolsa de Londres, que fechou hoje em US$ 4.801 a tonelada, com elevação de 3,11% em relação ao fechamento do dia anterior.
Açúcar
Os contratos de março de 2025 do açúcar demerara encerraram em queda de 1,68% na sessão desta quarta-feira (20/11), na bolsa de Nova York. Os preços fecharam em 21,65 centavos de dólar por libra-peso, mantendo-se no patamar da sessão anterior.
Segundo a Trading Economics, o demerara não acompanha a alta do petróleo bruto no mercado internacional, mas, mesmo no campo negativo, registram uma recuperação de um mínimo de dois meses atrás.
“Contudo, persiste alguma pressão descendente sobre os preços do açúcar devido ao aumento projetado da oferta na Tailândia”, avalia a consultoria.
O Conselho de Cana e Açúcar da Tailândia previu recentemente um aumento anual de 18% na produção de açúcar, atingindo 10,35 milhões de toneladas métricas para a temporada 2024/25, acima dos 8,77 milhões de toneladas métricas na temporada anterior.
Algodão e suco de laranja
Os preços do algodão subiram 1,69% na bolsa de Nova York. Com isso, os valores dos contratos para março foram a 70,42 centavos de dólar a libra-peso. Para a Trading Economics o principal motivo da alta é a expectativa de volumes de exportação da pluma dos Estados Unidos.
Também é preciso considerar que o aumento do algodão reflete os preços do petróleo bruto desta quarta-feira (20/11), que iniciaram o pregão em alta, mas finalizaram o dia desvalorizados em 0,42%.
Com isso, a consultoria destaca que a cotação da pluma vai se afastando das mínimas recentes de três meses. “As atenções estão agora voltadas para o relatório semanal de vendas de exportação do USDA, que deverá mostrar vendas robustas após a recente queda nos preços do algodão”, informou a empresa de análise de commodities.
Os preços do suco concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) fecharam em US$ 4,94 a libra-peso. O valor representou uma alta de 3,09% dos contratos de março de 2025 na tarde desta quarta-feira (20/11), na bolsa de Nova York.
A escassez da oferta de laranja para a produção global volta a alertar agentes de mercado e pressionar os preços da commodity.