O mercado do café na bolsa de Nova York passa por um momento de forte volatilidade. Após as altas registradas na semana passada, os preços caíram nesta segunda-feira (22/4). Os contratos futuros do arábica com entrega para julho fecharam em queda de 1,81%, negociados a US$ 2,2765 a libra-peso.
Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, reforça que a movimentação de especuladores aumenta a indefinição sobre o rumo dos preços. Ele diz que, no momento, os valores do café em Nova York passam por um “short squeeze”, ou seja, um movimento atípico na bolsa que faz o preço de um ativo disparar.
“Essa volatilidade tem muito a ver com o mercado de derivativos. Pelos próximos 35 dias veremos uma intensificação das entregas de café com o vencimento do contrato para maio próximo, e a especulação só tende a aumentar”, comenta.
O analista segue o raciocínio de outros agentes de mercado, e acredita que os preços do café robusta, negociado na bolsa de Londres, seguirão com forte influência sobre o valor do grão em Nova York.
“O mercado tem uma tese de que o preço do robusta está subindo devido ao clima quente e com poucas chuvas no Vietnã. Caso esse panorama de clima se confirme para os próximos dois meses, poderemos ver uma continuidade desse movimento de alta nas bolsas”, conclui.
Cacau
Uma sequência de oito recordes consecutivos nos preços do cacau em Nova York abriu espaço para uma correção nos valores. Os lotes da amêndoa para julho, os mais negociados no momento, fecharam a sessão em forte queda, de 3,46%, 11.064 a tonelada.
O recuo nas cotações nesta segunda-feira, no entanto, não apaga as preocupações com a crise na oferta de cacau no oeste da África. No fim de semana, o presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, chamou o governo da vizinha Costa do Marfim para “desenvolver uma nova estratégia para frear a volatilidade dos preços do cacau”, segundo a agência Ghana News.
“É preciso uma nova abordagem para sustentar os preços, que seja configurada para os dois maiores produtores mundiais”, disse, sem dar mais detalhes, conforme a agência.
Gana e Costa do Marfim respondem por 65% da moagem de cacau do mundo e, além de terem perdido em 30% a produção deste ano, estão apontando doenças nos cacaueiros que preocupam o rendimento para as próximas safras.
Com as entregas nos dois países em um volume muito baixo, e ainda a indicação de demanda firme, analistas agora esperam nas previsões climáticas um motivo para uma sequência de baixas mais consistentes da amêndoa.
Suco de laranja
Nos negócios do suco de laranja em Nova York, os papéis com vencimento para julho fecharam em alta de 2,30%, a US$ 3,6970 a libra-peso.
Algodão
No mercado do algodão, os contratos com entrega para julho fecharam em alta de 1,73%, cotados a 82,42 centavos de dólar por libra-peso.
Açúcar
Por fim, em relação aos preços do açúcar, os contratos futuros do demerara para julho avançaram 0,56%, a 19,61 centavos de dólar por libra-peso.