UE se divide sobre limitar preço do gás da Rússia em meio a “guerra energética”

Os ministros de energia da União Europeia estavam divididos nesta sexta-feira sobre se devem limitar os preços do gás russo, enquanto se reuniam para elaborar medidas para proteger cidadãos e empresas de contas de energia altíssimas.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 09/09/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

Mas os ministros que chegaram para a reunião de emergência indicaram amplo apoio a medidas para evitar que fornecedores de energia sejam esmagados por uma crise de liquidez e vários disseram que é urgente dissociar o preço do gás de outras fontes de energia mais baratas.

As conversas ministeriais de sexta-feira visam reduzir as opções para uma discussão mais aprofundada, em vez de chegar a uma decisão final sobre as maneiras de enfrentar uma crise alimentada pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas muitos disseram que o acordo e a ação precisam ser rápidos.

“Estamos em uma guerra energética com a Rússia”, disse o ministro da Indústria tcheco, Jozef Sikela. “Temos que enviar um sinal claro de que faremos o que for preciso para apoiar nossas famílias, nossas economias”.

As contas de energia, que já estão aumentando à medida que a demanda por gás se recupera da pandemia de Covid-19, dispararam desde a guerra na Ucrânia. Como a Rússia reduziu as entregas de gás para a Europa após a imposição de sanções ocidentais, os governos da UE se esforçam para limitar o choque de preços de energia.

Uma proposta da UE para limitar os preços do gás russo até agora não conseguiu obter o apoio da maioria dos países, com a Rússia ameaçando cortar completamente os suprimentos cada vez menores que continuam a fluir se tal medida for tomada.

Os países bálticos estão entre os que apoiam a ideia, dizendo que isso privaria Moscou de dinheiro para financiar ações militares na Ucrânia.

Mas os estados da Europa Central e Oriental, muitos deles mais dependentes do que outros do combustível russo, temem perder todos os seus suprimentos, enquanto alguns questionam se um teto teria muito impacto na redução de preços quando as entregas são tão baixas.

O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, disse que os ministros da UE devem dar luz verde a Bruxelas para preparar uma legislação para dissociar o preço do gás do preço que os consumidores pagam pela energia de outras concessionárias.

A Comissão Europeia disse nesta semana que proporia uma medida para se apossar das receitas de geradores de energia não associados ao gás e gastá-las com a redução das contas dos consumidores.

Um rascunho da proposta da Comissão, visto pela Reuters, teria um limite de 200 euros (201,74 dólares) por megawatt-hora para as receitas recebidas por geradores não que usam gás como fonte. Aplica-se a geradores eólicos, nucleares e a carvão.

Reuters

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