Tarifa de Trump sobre o Canadá pode prejudicar Nutrien

Direção da companhia também indicou que Brasil segue um “bom lugar para negócios”, apesar de ter fechado cinco misturadoras no país.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 21/02/2025 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações do Canadá devem dificultar as vendas da empresa de fertilizantes Nutrien, de origem canadense, ao país vizinho. A taxação foi suspensa por um mês, mas pode voltar no início de março.

A preocupação da companhia é que as tarifas façam o custo do adubo vendido aos agricultores americanos subir e prejudiquem sua competitividade neste ano.

“Os agricultores dos EUA provavelmente sentirão o impacto [do custo] após a temporada de plantio da primavera”, disse na quinta-feira Ken Seitz, presidente da Nutrien, em teleconferência sobre os resultados financeiros da empresa no quarto trimestre de 2024.

No último trimestre, o lucro líquido da companhia canadense caiu 33%, para US$ 118 milhões, enquanto as vendas recuaram 10,3%, para US$ 5,07 bilhões.

Os executivos da companhia avaliaram durante a apresentação que há incertezas sobre o futuro da comercialização nos EUA, mas também indicaram que, apesar do cenário de dificuldade, ainda acreditam em uma “fase boa na América do Norte”. Na visão da direção da Nutrien, o mercado americano ainda tem potencial por causa da projeção de um aumento da área de milho nos Estados Unidos, o que pode contribuir para elevar a demanda por adubo.

Há ainda um outro fator que pode influenciar a demanda no país. A adubação dos solos nos Estados Unidos foi prejudicada no ano passado com a antecipação do frio em diversas regiões durante o outono. Por isso, os executivos da Nutrien acreditam que a procura por parte dos produtores americanos pode aumentar durante a primavera para equilibrar a condição dos solos.

A fabricante espera ter uma indicação sobre qual será o comportamento da demanda nos Estados Unidos em abril, quando divulgará o balanço do primeiro trimestre.

Sobre a operação da Nutrien no Brasil, Mark Thompson, vice-presidente e diretor financeiro da companhia, disse que o país continua um bom lugar para negócios, apesar de a empresa ter anunciado o fechamento de cinco misturadoras no país no último dia 7 de fevereiro.

Os executivos não deram mais detalhes sobre a estratégia no Brasil. A Nutrien ainda busca um comprador para as fábricas paradas e justificou a decisão como uma forma de enxugar os custos e recuperar o fluxo de caixa, já que as atividades no país vinham se enfraquecendo.

As plantas paralisadas, que só tiveram dois anos de operação, estão localizadas em Itapetininga (SP), Alfenas (MG) e Araxá (MG), Morrinhos (GO) e Cristalina (GO). A empresa também demitiu funcionários e fechou revendas de marca própria.

A Nutrien atribuiu o cenário crítico do setor de insumos no Brasil aos problemas climáticos, aos baixos preços das commodities, ao custo do adubo atrelado ao dólar e ao volume alto de estoques parados.

Um mercado onde a fabricante pretende ganhar espaço é na Ásia, especialmente na Índia. A Nutrien vê crescimento da demanda por potássio na região. Os executivos disseram ainda que a empresa está “estável” e que seguem otimistas para este ano.

Globo Rural

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