Após anunciadas oficialmente as medidas do Governo Federal para conter os efeitos do tarifaço americano sobre a economia brasileira, restam dúvidas para o setor de pescados e piscicultura sobre a dimensão do auxílio de R$ 30 bilhões para o setor.
Segundo os presidentes da Associação Brasileira de Pescados (Abipesca) e da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe-BR), o ideal seria que as taxas de juros praticadas nessas linhas fiquem abaixo ou igual às praticadas no Plano Safra. “Algo abaixo de 6% é uma coisa razoável para que o empresário possa se endividar momentaneamente”, destacou Eduardo Lobo, presidente da Abipesca.
Já Francisco Medeiros, presidente da Peixe-BR, ressaltou que faltam outros detalhamentos da medida provisória anunciada hoje, como o volume das compras públicas de alimentos e o tamanho das empresas que serão beneficiadas com o crédito emergencial de R$ 30 bilhões. “Conforme for, a gente já nem entra nisso mais”, afirmou Medeiros.
Mercados
Em relação à abertura de novos mercados, as duas entidades apostam em soluções diferentes. Na avaliação de Lobo, da Abipesca, o governo deveria voltar seus esforços para a reabertura do mercado europeu, fechado desde 2018 por questões regulatórias. Já Medeiros, da Peixe-BR, aposta na flexibilização no padrão de produção do Brasil visando atender vizinhos que hoje são atendidos pela China.
“O problema não é a abertura de mercado. Mercado para filé congelado tem no mundo inteiro. Todos os países da América Latina importam o filé da China e não importam um quilo sequer do nosso por conta do preço”, criticou Medeiros.