O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) volta a se reunir na sexta-feira (7/11) com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília, para tentar avançar nos debates sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, disse que há duas estratégias em discussão. Uma consiste em pedir uma suspensão temporária do tarifaço, por 90 dias, até que Brasil e EUA concluam as negociações para um acordo comercial definitivo. Outra estratégia é buscar ampliar as isenções setoriais, incluindo aí os cafés.
“O que estamos falando para as nossas autoridades é apostar nos produtos mais fáceis de serem isentados pelos EUA, para que sejam isentos imediatamente. No caso do café, há um interesse mútuo na isenção. Em um segundo momento a gente ajudaria a isentar os outros produtos”, afirmou Matos.
Ele observou que os dados recentes de inflação dos EUA mostraram que o café foi o item que mais subiu de preço no país em 12 meses até setembro. O preço do café instantâneo subiu 21,7% no país nos últimos 12 meses. O café torrado e moído, por sua vez, teve alta de 18,9% no período.
Segundo o Cecafé, as exportações para os EUA caíram 46% em agosto e 52,8% em setembro, e o país caiu para a terceira posição entre os principais destinos do café brasileiro. “Temos contratos em aberto, contratos sendo postergados, contratos sendo cancelados. E muitas vezes o importador assume metade da tarifa, para não perder a participação no blend de cafés dos clientes”, afirmou Matos.
Ontem, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Cecafé, Conselho Nacional do Café (CNC), Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) Associação apresentaram a reformulação da marca institucional “Cafés do Brasil” em evento na Semana Internacional do Café.
“Essa nova marca inaugura um novo capítulo para o ecossistema Cafés do Brasil. Esse rebranding resgata nossa identidade, nossa essência, ele celebra 300 anos de produção de café no Brasil”, disse Pavel, Cardoso, presidente da Abic.
Aguinaldo Lima, diretor de relações institucionais da Abics, disse que a mudança da marca era necessária para o setor posicionar melhor o café brasileiro no mercado internacional. “Se a gente tem condições e produz de forma ambientalmente correta, socialmente correta, a gente só precisa contar isso”, afirmou Lima.
