Safra De Cana De Açúcar Deve Ser Histórica Em Minas Gerais

A estimativa é que a produção seja 6% superior ao registrado na safra passada, ultrapassando 72 milhões de toneladas.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 04/05/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Minas Gerais é o segundo maior produtor e exportador de cana de açúcar do Brasil. A estimativa é que a safra 2023/24 seja 6% maior do que a safra anterior, ultrapassando 72 milhões de toneladas. Os dados foram destaque na 6ª edição da Abertura da Safra Mineira de Cana de Açúcar, realizada nesta sexta-feira (28), na Unidade Vale do tijuco, em Uberaba. O evento, promovido pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e pela Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), contou com a presença de diversas autoridades políticas, como o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; deputados federais e estaduais, prefeitos da região e parceiros.

Além dos números da safra 2023/24, foi destaque o papel do setor sucroenergético, que é uma das mais importantes cadeias produtivas do agronegócio mineiro, com 36 usinas em produção, 108 municípios produtores de cana de açúcar e geração de cerca de 167 mil empregos diretos e indiretos.

Com a safra recorde, estima-se que a produção de açúcar no Estado seja de 4,7 a 4,8 milhões de toneladas e a produção de etanol seja superior a 3 bilhões de litros, com um aumento de 6% em relação a safra passada. A maior produção será de etanol hidratado, com 1,8 bilhão de litros, correspondendo a 18% de alta sobre a safra passada. Já o etanol anidro somará 1,3 bilhão de litros.

Ministro anuncia novidades

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou do evento e destacou a importância de uma safra recorde no Estado e o compromisso do mineiro com o fortalecimento do setor de etanol a partir das políticas do Ministério. “Sei que investir no setor significa garantir o futuro em que se respeita o conceito amplo de sustentabilidade, contribuindo com o desenvolvimento do nosso país, sem deixar de lado o cuidado com as pessoas. Fomentar a indústria sucroenergética é prioridade para o governo federal”, disse.

Alexandre Silveira citou ainda os 20 anos do lançamento do carro flex no Brasil neste ano, o que projetou um novo cenário para a indústria automotiva brasileira. “O uso do etanol nos veículos flex garantiu a oferta de combustíveis e evitou a queima de 210 bilhões de litros de gasolina, o que equivale a captura de carbono de uma área de 3 milhões de hectares de florestas plantadas, o que representa a área de 1/3 de todo o Triângulo Mineiro. Vamos continuar avançando no processo de descarbonização. A transição energética é prioridade”, afirmou. 

O ministro anunciou a criação de um grupo de trabalho para aumentar o teor do etanol na gasolina de 27% para 30% . “Isso deverá acontecer de maneira gradual, com previsibilidade e transparência para que possamos garantir economia e preços estáveis para o consumidor. Vamos fazer junto com a indústria automotiva essa análise técnica, para dar segurança aos usuários e consumidores. O aumento do teor de etanol vai contribuir para a segurança energética do nosso país, com a redução de exportação de gasolina”, adiantou.

CMAA aumenta produção em 15%

Com três unidades no Triângulo Mineiro: Vale do Tijuco, Vale do Pontal e Canápolis, a CMAA é um dos maiores players de etanol, açúcar VHP e bioeletricidade de Minas Gerais. Atualmente, o Grupo CMAA tem capacidade de processar 10 milhões de toneladas de cana de açúcar. No último ano foram produzidos mais de 309 milhões de litros de etanol, quase 600 mil toneladas de açúcar VHP destinado à exportação e mais de 430 MW/h de energia elétrica.

O presidente da CMAA, Carlos Eduardo Turchetto Santos, disse que a produção do Grupo deve ter um aumento de 15% em relação à safra anterior e que o grupo sempre se prepara para essa abertura de safra e para o planejamento de investimentos de médio e longo prazos, que vão continuar acontecendo em Minas Gerais e no Triângulo Mineiro. “Os investimentos no campo foram grandes e o clima foi muito favorável e estamos com uma expectativa positiva. O governo está com uma pauta de sustentabilidade muito forte e o etanol se encaixa nessa produção energética de energia limpa”, destacou.

Sobre o aumento do percentual de etanol na gasolina, Carlos Eduardo vê de forma positiva. “É deixar a gasolina mais limpa e se tiver um ganho ambiental, sem prejudicar as empresas e o consumidor, faz sentido”, disse.

O presidente da SIAMIG, Mário Campos, destacou o protagonismo do açúcar no cenário atual. “O açúcar está passando por um ótimo momento no mercado internacional. O Brasil, provavelmente, fará uma de suas maiores safras da história. Os preços estão bem remuneratórios e as empresas receberão um bom retorno, tanto no mercado externo quanto interno”, adiantou.

Folha Uberaba

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