A Rússia propôs uma cota de exportação de trigo menor do que nas temporadas recentes, com uma colheita menor e uma forte demanda global, deixando-a com menos grãos do que o normal para vender.
Autoridades alfandegárias russas aprovaram uma cota de exportação de trigo de 11 milhões de toneladas para a segunda metade da temporada, de 15 de fevereiro a 30 de junho, informou a Interfax, citando o Ministério da Economia. Ainda assim, esperava-se que os embarques de trigo do país desacelerassem após um ritmo alucinante no início do ano, diminuindo o impacto no mercado.
O maior exportador de trigo do mundo enviou volumes recordes nos primeiros meses da temporada, apesar de uma safra menor depois que sua colheita de trigo caiu mais de 10%. Isso deixa menos para exportar mais tarde na temporada.
A cota para milho, cevada e centeio será fixada em zero toneladas naquele período, informou a Interfax. Nas duas últimas temporadas, a Rússia não limitou as vendas desses grãos separadamente.
Os suprimentos de trigo da Rússia ajudaram a manter os preços globais dos grãos sob controle nas últimas temporadas, mesmo com o mercado local tendo passado por grandes mudanças desde a invasão em larga escala da Ucrânia por Vladimir Putin, há quase três anos.
Moscou continuou tentando apertar seu controle sobre os fluxos. Mais recentemente, o sindicato local de exportadores de grãos pediu que comerciantes e intermediários estrangeiros fossem expulsos das vendas do país. Também definiu um guia de preços do trigo em um esforço para elevar o mercado.
Cotas de exportação foram introduzidas para proteger o suprimento doméstico de alimentos e evitar a inflação, mas nas duas temporadas anteriores, a Rússia colheu safras recordes e as autoridades estabeleceram cotas em níveis tão altos que não restringiram as exportações.
Analistas esperavam que as autoridades estabelecessem uma cota de exportação de trigo entre 9 e 12 milhões de toneladas, informou a Interfax no início deste mês.
