Preços dos fertilizantes sobem em janeiro

Oferta limitada e forte demanda global influenciam as cotações, diz Itaú BBA.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 05/02/2025 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

O mercado de fertilizantes inicia o ano com alta nos preços, de acordo com análise do Itaú BBA. A ureia, principal fertilizante nitrogenado, registrou aumento de 14,5% em janeiro, sendo comercializada a US$ 417 por tonelada nos portos brasileiros. O crescimento dos preços reflete a menor oferta do produto iraniano, impactado pela falta de matéria-prima, além do aumento no custo do gás natural.

Outro fator que influencia a elevação dos preços é a demanda global. Os últimos leilões de compra na Índia, por exemplo, não atingiram os volumes necessários para atenderem à demanda interna do país, pressionando os preços para cima. No último leilão, realizado em 23 de janeiro, por exemplo, os preços ofertados ficaram acima de US$ 420 por tonelada, frente a US$ 370 por tonelada no mês anterior. Além disso, a entrada dos Estados Unidos e da Europa no mercado de fertilizantes deve intensificar a demanda nas próximas semanas.

No segmento de fertilizantes de potássio, o cloreto de potássio (KCl) apresentou aumento de 3,4% no mês, alcançando US$ 305 por tonelada. Segundo a análise, há uma melhor adequação entre oferta e demanda, com restrição da produção na Europa após um período de excesso de oferta.

Já os fertilizantes fosfatados mantêm preços elevados, com o fosfato monoamômico (MAP) estável em relação aos meses anteriores, em US$ 635 a tonelada nos portos brasileiros. “A oferta limitada nos principais exportadores globais tem mantido o preço em patamares elevados”, destaca o relatório.

A taxa de câmbio também impacta o mercado. Em janeiro, o real apresentou valorização de 6%, fechando o mês em R$ 5,8 por dólar, o que pode influenciar a relação de troca dos fertilizantes com os produtos agrícolas.

Relação de troca

A relação de troca entre soja e MAP se manteve próxima às máximas dos últimos cinco anos, enquanto milho e algodão registraram condições menos favoráveis para a aquisição de fertilizantes nitrogenados.

Para o café, a preocupação com a oferta global elevou os preços do grão, favorecendo a relação de troca com os fertilizantes. No caso do açúcar, apesar da recente queda nas cotações, a aquisição de KCl e ureia segue vantajosa, enquanto o MAP apresenta relação acima da média histórica.

O trigo registrou condições menos favoráveis para MAP e ureia, enquanto o KCl segue abaixo da média histórica. No mercado de arroz, o KCl e a ureia tiveram relações de troca abaixo da média, enquanto o MAP ficou levemente acima.

Globo Rural

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