Preços do algodão sobem no mercado interno, aponta Itaú BBA

Os preços do algodão em Nova Iorque encerraram junho com a terceira queda mensal consecutiva, fechando a uma média de cUSD/lb 71,88.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 10/07/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Os preços do algodão em Nova Iorque encerraram junho com a terceira queda mensal consecutiva, fechando a uma média de cUSD/lb 71,88, uma retração de 7,6%. Em contraste, o mercado interno brasileiro apresentou uma tendência oposta, com alta nos preços da pluma após dois meses seguidos de queda. A colheita brasileira de algodão alcançou 9,5% da área total, comparado a 3,8% no mesmo período do ano anterior, de acordo com o último relatório da Conab. A perspectiva para a safra nacional de algodão foi atualizada para um novo recorde, de 3,7 milhões de toneladas.

As informações do relatório do Itaú BBA destacam que, de março, quando o algodão atingiu o maior preço médio mensal do ano (cUSD/lb 94,28), até junho, a pluma desvalorizou 23,8% em Nova Iorque, em meio a um balanço global de oferta e demanda que projeta aumento na produção e nos estoques mundiais. Em Rondonópolis, por exemplo, o preço da pluma subiu 2% em relação a maio, com a cotação atingindo R$ 3,70/lb. De acordo com o Cepea, os vendedores continuam elevando os preços pedidos pela pluma, enquanto a demanda aumentou nos últimos dias. A paridade de exportação também tem contribuído para a sustentação dos preços internos, mesmo com a oferta restrita devido ao fim da temporada anterior e à chegada pontual do algodão da nova safra 2023/24.

Segundo a Conab, a colheita está mais acelerada em praticamente todos os estados produtores, com destaque para Mato Grosso do Sul e Goiás. Em Mato Grosso e Bahia, principais estados produtores, a colheita avançou em 7% e 16% dos campos, respectivamente. No entanto, a comercialização da safra 2023/24 em Mato Grosso está em 60,9%, atrasada em relação à média histórica de 74,4%. Para a safra 2024/25, a comercialização avançou 2,4 pontos percentuais no último mês, chegando a 13,8%.

No cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que os produtores americanos plantaram 4,7 milhões de hectares de algodão em 2024, um aumento de 600 mil hectares em relação ao ano passado. O plantio no hemisfério norte está se aproximando do fim, e as atenções agora se voltam para o clima e o desenvolvimento das lavouras. A área plantada nos EUA superou as expectativas do mercado e do relatório trimestral anterior, com a maior expansão registrada no Texas.

O último relatório do USDA indicou uma piora significativa nas condições das lavouras na última semana, com apenas 50% das áreas classificadas entre boas e excelentes, comparado a 56% na semana anterior e 48% no mesmo período do ano passado. Essa deterioração pode equilibrar o aumento da área plantada e impactar os preços do algodão em Nova Iorque. No entanto, a perspectiva atual aponta para uma elevação da oferta e dos estoques globais, embora haja incerteza sobre a demanda necessária para absorver esse excedente, especialmente da China, o maior consumidor global de algodão.

As condições das lavouras e as políticas econômicas dos principais países produtores continuarão a influenciar o mercado de algodão, com impactos potenciais na dinâmica de oferta e demanda global e, consequentemente, nos preços.

Agrolink

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