Preço do MAP recua 10% e devolve parte das altas de 2025, mas queda chega tarde para o produtor brasileiro

Mesmo com a desvalorização do fertilizante fosfatado nos portos, impacto imediato no campo é limitado, já que a maioria das compras da safra atual já foi concluída

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 04/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Fertilizante MAP acumula queda de 10% após sete semanas consecutivas de recuo

O preço do MAP (fosfato monoamônico), um dos fertilizantes mais utilizados na agricultura brasileira, apresentou queda contínua nas últimas sete semanas, de acordo com levantamento da StoneX. O insumo acumula baixa de 10% nos portos brasileiros, devolvendo parte das altas registradas no primeiro semestre de 2025.

Entre o início do ano e meados de setembro, o produto havia subido cerca de 15%, pressionando as relações de troca com soja e milho e reduzindo o poder de compra dos produtores. O aumento dos custos levou muitos agricultores a adiar decisões de compra e a buscar alternativas mais econômicas.

Importações de MAP caem 22%, enquanto produtores buscam alternativas mais baratas

A valorização do MAP no início do ano impactou diretamente o volume importado. Entre janeiro e setembro, o Brasil trouxe pouco mais de 2,5 milhões de toneladas do produto, uma queda de 22% em comparação com o mesmo período de 2024.

Para reduzir custos, os produtores recorreram a fertilizantes com menor concentração de fósforo, como o SSP (superfosfato simples) e o NP (mistura de nitrogênio e fósforo). Segundo a StoneX, as importações desses produtos cresceram 18% e 50%, respectivamente, refletindo o esforço do setor em equilibrar os gastos diante das margens apertadas.

O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, explica que esse movimento reflete uma mudança de postura estratégica no setor.

“Os importadores estão mais atentos à volatilidade internacional e à dinâmica cambial, buscando equilibrar custo e risco nas decisões de compra. Essa postura tende a se manter, mesmo com preços mais baixos”, destaca o especialista.

Queda de preços chega tarde para influenciar a atual safra

Apesar da recente desvalorização, o impacto sobre o mercado interno deve ser limitado. Isso porque a maior parte das compras de fertilizantes ocorre meses antes do plantio, quando distribuidores reforçam estoques e produtores garantem seus insumos.

Com a safra atual já praticamente definida, a redução nas cotações chega tarde para beneficiar os agricultores. Ainda assim, a tendência de queda pode abrir caminho para um cenário mais favorável em 2026, com relações de troca mais equilibradas e recuperação gradual da demanda.

“Essa correção nos preços do MAP é positiva, mas ocorre em um momento em que o volume de compras já está consolidado. Caso o movimento de baixa persista, o mercado pode encontrar condições mais estáveis e competitivas no próximo ciclo”, conclui Pernías.

Portal do Agronegócio

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