O preço do boi gordo se mantém sustentado, com o pecuarista restringindo a entrega de animais e a indústria tendo dificuldades para alongar as escalas de abate para além dos sete dias, informa a consultoria Agrifatto. Em São Paulo, o valor do animal terminado chegou a R$ 223,90 por arroba.
“O mercado físico operou com demanda aquecida e pressão altista em todas as praças”, informa a consultoria, em boletim. “Parece consolidar a fase de reabilitação esperada há tempos”, acrescenta.
O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) acumula alta de 10,51% neste mês até a segunda-feira (25/9), quando a arroba em São Paulo foi cotada, em média, a R$ 220,08.
Nas referências da Scot Consultoria, o boi comum era negociado a R$ 220 por arroba na segunda-feira (25/9) e o boi China, a R$ 230. Na B3, os contratos futuros indicam valores ainda mais elevados até o fim do ano. Os vencimentos de 2023 operam valendo de R$ 240 e R$ 242 a arroba.
Em Mato Grosso, a arroba do boi gordo se valorizou 4,09% só na semana passada, chegando a R$ 179,42. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a alta é resultado da menor oferta de bovinos. Nas indústrias, as escalas de abate diminuíram, mas ainda estão acima dos dez dias.
“Apesar do ‘otimismo’ do mercado futuro, as perspectivas para o 4º tri/23 ainda são incertas, pois a oferta de animais em 2023 tem superado os últimos anos, além da alta volatilidade dos preços no mercado futuro”, ressalta o Imea, em boletim.
Carne
O mercado de carne bovina segue com demanda aquecida, destaca a Agrifatto. A Scot Consultoria reforça a avaliação, destacando que a menor oferta de animais para abate sustentou o segmento de carne com osso.
“As expectativas para o segundo semestre são um tanto quanto animadoras em relação ao que vínhamos vendo anteriormente. Historicamente, o período é marcado por demanda maior no mercado doméstico, já que empregos temporários são criados, há o recebimento do 13º salário e as festas de fim de ano animam o consumidor brasileiro”, explica Nicole Santos, analista da Scot, em vídeo divulgado pela consultoria.