Preço do boi gordo cai com demanda travada no mercado interno

Em novembro, relação de troca com o farelo de soja atingiu o maior patamar da história.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 04/12/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Depois de alguns dias de preços estáveis, o mercado físico do boi gordo perdeu a resistência e marcou queda nos valores da arroba, em meio ao baixo ritmo de negociações com os frigoríficos e demanda interna mais lenta no comércio de carne.

A cotação caiu R$ 5 por arroba em todas as categorias de gado avaliadas pela Scot Consultoria em São Paulo. Com isso, o boi gordo passou a ser cotado a R$ 345 por arroba a prazo em Barretos (SP) e Araçatuba (SP).

O preço da vaca gorda baixou para R$ 320 por arroba e o da novilha, para R$ 337. Já o “boi China”, animal com características para produção de carne que será exportada ao mercado chinês, foi para R$ 350 por arroba.

A redução nos valores do gado não se restringiu apenas às praças paulistas. Em Goiânia (SP), o boi gordo também recuou R$ 5 por arroba, para R$ 337 por arroba, assim como no sul de Tocantins, com o animal a R$ 315.

“Segundo os compradores, o escoamento de carne está lento. Contudo, o pagamento da primeira parcela do 13º salário e a proximidade do pagamento dos salários podem impulsionar o consumo no varejo, favorecendo o escoamento”, disse a Scot em relatório.

Relação de troca

Em novembro deste ano, a relação de troca entre o boi gordo e o farelo de soja (usado na ração) atingiu o maior patamar da história, com 6,01 arrobas necessárias para compra 1 tonelada do subproduto, na média nacional, conforme dados da Agrifatto.

“Essa melhora foi impulsionada pelo aumento no valor do boi gordo e pela redução nos preços do farelo de soja, resultado das expectativas positivas para uma safra recorde no Brasil, além do rápido avanço das semeaduras no Brasil e na Argentina”, afirmou a consultoria em nota.

Assim, os pecuaristas ganharam mais poder de compra, com destaque para Minas Gerais, que apresentou a melhor relação desde novembro de 2011.

Segundo a Agrifatto, a expectativa para dezembro continua positiva, com possíveis novas melhorias no poder de compra dos pecuaristas.

Globo Rural

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