O gado com características específicas para produção de carne que será exportada para a China, conhecido como “boi China”, teve valorização de preço impulsionada pelo ritmo aquecido nos embarques da proteína.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço bruto do boi China subiu R$ 2 por arroba em São Paulo, para R$ 232 por arroba a prazo. Com o avanço, a cotação ficou R$ 5 por arroba acima do valor do gado convencional.
“Apesar do aparente bom volume de contratos a termo, a alta está pautada, em especial, pelo bom desempenho do volume de carne bovina in natura exportada”, disse a Scot.
Em julho, o Brasil atingiu um novo recorde nas exportações de carne bovina, com 267,67 mil toneladas embarcadas. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o desempenho se deve ao amplo volume exportado para a China, que respondeu por 123,4 mil toneladas.
O cenário também ajuda a manter as cotações da arroba firmes, sem quedas, apesar da disponibilidade ainda elevada de gado para abate.
Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), considerados referenciais para a Scot Consultoria, o preço bruto do boi gordo permaneceu em R$ 227 por arroba a prazo na quarta-feira (7/8).
Produtividade
Cesar de Castro Alves, gerente da consultoria Agro do Itaú BBA, disse em evento que as exigências da China, dentre elas por animais mais jovens, contribuiu para que os pecuaristas brasileiros investissem em produtividade.
“O advento boi China fez com que o Brasil fizesse muita nutrição do gado (para abate) mais jovem. Não deu tempo do melhoramento genético”, afirmou o especialista.
Desta forma, e com o ciclo ainda de alta nos abates de vacas, o setor consegue comportar um forte avanço nas exportações e também consumo interno per capita em altos níveis, “que deve beirar 15% da produção de carne bovina”.
Alves acrescentou, porém, que a retenção de fêmeas já começou aos poucos e deve ganhar força daqui para frente.