Petrobras anuncia retomada da produção de fertilizantes na Bahia e em Sergipe para 2026

Segundo Magda Chambriard, presidente da Petrobras, meta é atingir 20% da demanda brasileira de fertilizantes nitrogenados no ano que vem

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 09/10/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou nesta quarta-feira a retomada das unidades de fertilizantes da Bahia e de Sergipe, as Fafens, que estavam com suas operações hibernadas desde 2023, com o fim do acordo de arrendamento com a Unigel.

Segundo Magda, cada uma dessas unidades vai receber investimentos de R$ 38 milhões. De acordo com a executiva, as duas Fafens voltarão a produzir fertilizantes já no início de 2026. Além disso, com a retomada da unidade Ansa, no Paraná, que já voltou a receber investimentos no início deste ano, a meta da Petrobras é que a companhia seja responsável por 20% da demanda de fertilizantes nitrogenados no Brasil no próximo ano.

— As unidades da Bahia e de Sergipe vão entrar em manutenção e, no começo do ano, iniciar a produção de ureia e Arla 32. E, com a Ansa, no Paraná, vamos produzir 20% de toda a demanda brasileira de fertilizantes nitrogenados. Estamos voltando, aproveitando as facilidades instaladas e retornando à operação dessas unidades em prol de uma sinergia com a Ansa, que vai usar o resíduo asfáltico, e as Fafens, com o uso do gás natural, que vem sendo cada vez mais produzido pela Petrobras e cujo consumo precisamos zelar — disse Magda.

A capacidade de produção de ureia da Fafen na Bahia é de 1.300 toneladas por dia, volume suficiente para atender 80% da demanda do estado. Já a Fafen de Sergipe tem capacidade para produzir 1.800 toneladas por dia. Além disso, a Ansa tem capacidade de 1.900 toneladas, volume que começará a ser produzido nos próximos dias. Segundo a Petrobras, a demanda total do país é de 8 milhões de toneladas por dia.

R$ 1 bilhão com a operação das Fafens

Segundo a companhia, as unidades da Bahia e de Sergipe têm um contrato de R$ 1 bilhão de operação e manutenção por cinco anos com a Engeman. Na Bahia, esse valor será de R$ 520 milhões.

— As unidades vão consumir 2,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia da Petrobras. Estamos fornecendo um total de 50 milhões ao mercado. Há pouco tempo era bem menos, na faixa dos 30 milhões — disse Magda.

A presidente destacou também os esforços para reduzir o preço do gás no mercado, de forma a viabilizar as operações de retomada das Fafens. Magda afirmou ainda que a Petrobras acabou de firmar o primeiro contrato de venda de ureia para o agronegócio na região do Matopiba (formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

— Em 2021 ou 2022, o gás custava US$ 16 por milhão de BTU (métrica internacional do gás). Hoje, está entre US$ 6 e US$ 7, com o preço da Petrobras para o mercado livre. Houve um grande esforço para fornecer gás a preços acessíveis. Mas isso é um negócio. Tínhamos plataformas que não tinham capacidade de exportar gás para a costa, e agora estamos ampliando essa estrutura e aprimorando contratos. As Fafens não seriam viáveis se o preço do gás não estivesse competitivo — afirmou.

Indústria naval

Magda antecipou também que a companhia vai lançar quatro novas embarcações de apoio entre outubro e novembro. Atualmente, já há 44 unidades contratadas ou com edital em andamento. A executiva ressaltou que a busca é por bons negócios para a Petrobras.

Ela também adiantou a criação de um novo programa dentro do Plano de Negócios (PNG) 2026–2030, que será anunciado em novembro. Magda revelou ainda que, na última reunião do Conselho da Transpetro, foi aprovada a contratação de 20 barcaças e 20 empurradores.

— É um spoiler do PNG, que terá um programa de adequação de frota em benefício de melhor rendimento para os negócios da Petrobas. Não é só colocar estaleiro de pé. Na última reunião do Conselho da Transpetro aprovamos 20 barcaças e 20 empurradores para a indústria naval, para que seja um bom negócio para a companhia. Quanto de navios a Petrobras deve ter? É isso que estamos discutindo, sempre em prol de bons negócios para a empresa — afirmou.

Contrato com estaleiro Enseada

A Petrobras anunciou ainda que vai anunciar amanhã a contratação do estaleiro Enseada, em Maragogipe, na Bahia, para a construção de seis embarcações (dentro do plano geral de 44 unidades já anunciadas pela estatal) que pertencem a Compagnie Maritime Monégasque (CMM). O contrato é de quatro de construção e 12 de operação. O total é de R$ 2,5 bilhões.

Estreia no fornecimento de bunker

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, anunciou que a companhia vai, pela primeira vez, entrar no segmento de fornecimento de bunker (combustível marítimo). Segundo ele, a iniciativa segue a orientação da presidente Magda de “verticalizar” a empresa. Bacci destacou ainda que, com as novas contratações previstas, a frota da Transpetro vai dobrar.

— É a primeira vez que a Transpetro entra nesse segmento e, com isso, vamos fazer o fornecimento de bunker para os navios. O dinheiro que antes era gasto com a operação de fornecimento agora fica conosco — afirmou.

Descomissionamento

A estatal também vai incluir o canteiro de São Roque, na Bahia, para receber parte das plataformas que serão descomissionadas, em um plano total que vai gerar investimentos de US$ 2,5 bilhões até 2029.

— Temos um canteiro no estado da Bahia, em São Roque, que não estava sendo usado e pertence à Petrobras. Ele tem capacidade para receber duas plataformas de grande porte — concluiu Magda.

O Globo

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