A semana iniciou positiva para o café. Já na primeira sessão, o contrato dez/22 (KCZ22) valorizou +2,75%! O suporte veio pela nova baixa nos estoques certificados da ICE, que estão se aproximando cada vez mais de 500 mil sacas, menor patamar em 23 anos.
Além disso, a segunda-feira (19) foi de desvalorização para o dólar, que recuou -1,8% no dia. Esse movimento causou um “empurrão” para as commodities, afinal, no geral a regra é clara: dólar para baixo, commodities para cima. Após uma semana negativa para esse grão, com o cenário negativo para a economia global e a pressão pela entrada da safra brasileira, esperamos que os preços busquem recuperação.
Apoiando esse movimento altista, hoje (20) a Conab, em seu 3° Levantamento, atualizou as estimativas para a safra de 2022/23 no Brasil, maior produtor mundial de arábica. Houve uma redução da produção em mais de 3 milhões de sacas! A nova projeção aposta em um volume de 50,38 milhões de sacas. Frente a uma expectativa de consumo interno de 22 milhões de sacas e um estoque em torno de 4,5 milhões, o país deverá ser capaz de exportar até 28,60 milhões de sacas entre jul/22 e jun/23.
Apesar de visar expansão de área dos cafezais brasileiros, a variação para o aumento de área do café tipo arábica entre as safras 21 e 22, foi de apenas +0,1%.
E mesmo em um ano que deveria ser de bienalidade positiva para o café, o clima não facilitou. Com as geadas e a seca em várias regiões produtoras do país, a safra sofreu com impactos negativos. A produtividade média está em torno de 27,4 sacas/ha, estimativa que apesar de levemente superior ao ano anterior de bienalidade negativa, é -22% menor que a safra de 2020, de bienalidade também positiva.
Mesmo com os futuros do café valorizando, no mercado interno o cenário é de queda para Poços de Caldas/MG, sendo negociado a R$ 1.250,00. Já nas demais praças, preços operando com leves valorizações.