O presidente eleito Lula (PT) viajou para a Bahia sem dar sinais a seus aliados sobre os nomes que integrarão a futura equipe econômica, especialmente o nome do futuro ministro da Economia (a pasta deve voltar a chamar Ministério da Fazenda).
Integrantes do mercado financeiro trabalham com o eventual cenário de um “petista moderado e político” assumir a pasta.
Há, porém, quem defenda para o cargo o nome de Henrique Meirelles, que comandou o então Ministério da Fazenda no governo Michel Temer (2016-2018) e o Banco Central no governo Lula (2003-2010).
Os economistas conhecidos como “pais do Plano Real” — Pérsio Arida e André Lara Rezende — devem contribuir no período de transição com sugestões para a política econômica, mas não devem participar oficialmente da equipe chefiada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.
A expectativa é que economistas que não fazem parte do grupo petista, mas apoiaram a eleição de Lula, integrem o conselho econômico que será criado para assessorar o presidente da República em temas da política econômica no Palácio do Planalto.
Há, também, a expectativa de recriação dos ministérios do Planejamento e da Indústria e Comércio.
Início da transição
Enquanto isso, a equipe de Lula começa a negociar neta quinta-feira (3) a votação do Orçamento da União de 2023 de olho em duas premissas: bancar as promessas feitas durante a campanha sem provocar incertezas fiscais.
Segundo o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), um dos interlocutores de Lula, o orçamento precisa:
- ter espaço para o Auxílio Brasil de R$ 600;
- recompor recursos para programas como Farmácia Popular e Merenda Escolar;
- garantir a correção real do salário mínimo.
O coordenador das negociações já antecipou que o reajuste real do mínimo ficará entre 1,3% e 1,4%, resultado da média do crescimento do PIB dos últimos cinco anos, já sinalizando como deve ser a política de aumento no governo Lula.
Na reunião com o relator do Orçamento da União, senador Marcelo Castro (MDB-PI), estarão, além de Wellington Dias, o coordenador da transição, Geraldo Alckmin, e o ex-ministro Aloizio Mercadante.