Mercado do boi gordo abre a semana em ritmo lento e preços estáveis

Com a chegada da 2ª quinzena do mês, poder de compra da população perde força, o que pode reduzir a demanda pela carne bovina e, consequentemente, a procura por boiadas gordas.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 13/08/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

O escoamento de carne bovina foi robusto na primeira quinzena de agosto, tanto no mercado doméstico quanto no internacional, relatam os analistas da Agrifatto. Porém, com a chegada da segunda metade do mês, período tradicionalmente de menor consumo interno da proteína – devido à queda do poder aquisitivo da população –, é possível que haja uma pressão sobre os preços da carne e, consequentemente, sobre os valores da arroba do boi gordo, acrescenta a consultoria.

“Com isso, os preços do gado terminado podem iniciar um período temporário de morosidade nas reações, sejam elas positivas ou negativas”, antecipa a Agrifatto.

Nesta segunda-feira (12/8), houve calmaria nos negócios, movimento típico de início de semana, quando os agentes do mercado seguem fazendo contas em relação ao comportamento do mercado da carne ao longo do fim de semana.

Com isso, segundo as consultorias que cobrem diariamente o setor pecuário, os preços do boi gordo ficaram estáveis na maioria absoluta das praças brasileiras, repetindo os preços da última sexta-feira.

No Estado de São Paulo, pelos dados da Agrifatto, o preço do animal terminado em R$ 236,50 (média de valor entre o “boi comum” e o “boi-China). Nas demais regiões monitoradas pela consultoria (16 praças), a média ficou em R$ 219,10/@.

“Pelo segundo dia consecutivo, todas as 17 praças acompanhadas mantiveram suas cotações estáveis”, ressalta a Agrifatto.

No mercado futuro, na sexta-feira (9/8), o contrato com vencimento em setembro de 2024 fechou negociado a R$ 238,80/@, ligeiro ajuste negativo de 0,21% em relação ao dia anterior.

Balanço da última semana

O mercado físico do boi gordo continuou a demonstrar firmeza e alta no Estado de São Paulo, afirma a Agrifatto.

“Mesmo com os frigoríficos mantendo a pressão para a redução dos preços, o pecuarista se manteve firme, impedindo novas quedas”, diz a consultoria.

O indicador Agrifatto apresentou um acréscimo de 0,22% no comparativo semanal, com valor médio de R$ 233,03/@. De maneira semelhante, o Indicador Cepea registrou valorização de 0,94%, com o preço médio alcançando R$ 232,60/@.

Atacado/varejo

Com supermercados, casas de carne e açougues lotados, as vendas no varejo para o Dia dos Pais foram consideradas boas no último final de semana, observam os analistas da Agrifatto.

A data comemorativa impulsionou sobretudo o consumo de carne para churrasco, sustentando a precificação. “As distribuições de carne bovina com ossos no atacado mantiveram-se consistentes até sábado (10/8)”, reforça a consultoria.

No entanto, nesta segunda-feira, continua a Agrifatto, as distribuições foram apenas razoáveis, e o volume de pedidos para reposição de estoques no varejo ficou entre mediano e fraco.

“Até o momento, todas as mercadorias entregues nos pontos de distribuição dentro da programação da última quinta-feira foram descarregadas prontamente”, diz a consultoria, que acrescenta: “Não houve relatos de devoluções parciais por baixa qualidade dos produtos ou de devoluções totais por outros motivos”.

Isso sugere que o mercado, em geral, está conseguindo escoar os seus produtos com relativa facilidade, e essa tendência pode persistir pelo menos até o final desta primeira quinzena de agosto, acredita a Agrifatto.

Com isso, ressaltam os analistas, as atenções do mercado agora se voltam para as próximas semanas. “A massa de ar polar que atingiu as regiões Sudeste e Centro-oeste nos últimos dias, e as escalas de abate confortáveis que não permitem redução nas atividades, além da restrição orçamentária que leva à tradicional queda na demanda por carne bovina na segunda quinzena do mês, prometem tornar este período desafiador”, relatam os analistas da consultoria.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta segunda-feira (12/8):

São Paulo — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$238,00. Média de R$236,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$237,50. Vaca a R$208,00. Novilha a R$215,00. Escalas de oito dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$212,50. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de onze dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$212,50. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de catorze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$230,00. Média de R$227,50. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias;

Rondônia — O boi vale R$185,00 a arroba. Vaca a R$170,00. Novilha a R$175,00. Escalas de abate de treze dias;

Maranhão — O boi vale R$200,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de nove dias;

Paraná — O boi vale R$235,00 por arroba. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abate de oito dias.

Portal DBO

TAGS:

Acesse todos os nossos conteúdos

Publicidade

Publicidade

Seja um assinante e aproveite.

Últimas notícias

plugins premium WordPress

Acesse a sua conta

Ainda não é assinante?