Após anunciar investimento de R$ 2 bilhões na aquisição de gado próprio no início deste ano, a Marfrig afirmou em teleconferência com analistas que iniciará o abate do rebanho confinado pela empresa já no quarto trimestre. A estimativa é de que o volume seja o suficiente para preencher até 30% dos abates da companhia, percentual acima dos 25% estimados inicialmente.
“Já estamos com os confinamentos cheios e o momento de compra foi ideal. Pegamos o preço do gado e dos insumos realmente convidativos”, pontuou o presidente da Marfrig para a América do Sul, Rui Mendonça. O modelo é o mesmo adotado pela subsidiária da companhia nos EUA, a National Beef, e deve contribuir para aumentar as margens da operação na América do Sul.
“Nós acreditamos em maiores margens, evitando ociosidade, mas também pela qualidade da carne e com a habilitação da Europa que traz um diferencial. Então estamos enxergando com bastante sucesso essa estratégia o início dos abates ainda este ano”, completou Mendonça.
Com mais de um quarto de seus abates realizados com gado próprio, a Marfrig espera reduzir ainda mais a ociosidade de suas plantas no Brasil. Desde início deste ano, a companhia elevou em 20% a sua capacidade de abate via investimento na modernização de suas unidades fabris. Até o início de 2025, a previsão é de um crescimento adicional de 30% às 200 mil toneladas processadas no segundo trimestre deste ano.
Ainda de acordo com o presidente da companhia na América do Sul, o investimento em gado próprio mantido em confinamento também contribui para o plano da Marfrig de alcançar maior valor agregado também no segmento de carne in natura, com produtos segmentados e de marca.
“O objetivo é justamente aproximar o resultado da carne in natura dos níveis observados nos industrializados”, pontuou o executivo.