Lucro líquido da SLC Agrícola caiu 56,5% no segundo trimestre

A receita líquida teve aumento de 37,8%, para R$ 1,9 bilhão, com recorde histórico em volume de vendas e receita faturada.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 14/08/2025 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

A SLC Agrícola, que comercializa soja, algodão, milho e sementes e tem negócios com pecuária bovina, registrou no segundo trimestre lucro líquido de R$ 139,8 milhões, resultado 56,5% inferior ao do mesmo intervalo de 2024. O declínio dos ganhos deveu-se à marcação dos ativos biológicos (contabilização das plantas em crescimento, do plantio à colheita, com avaliação de receita menos os custos) e valor realizável líquido dos produtos agrícolas (VRLPA). Entre os destaques positivos, a companhia registrou produtividade recorde em soja e milho.

Aurélio Pavinato, diretor presidente da SLC Agrícola, disse que intempéries atrasaram o plantio do algodão, o que afetou a marcação do ativo biológico. “No ano passado, a gente marcou praticamente 100% do ativo biológico do algodão até o fim de junho, e, neste ano, marcamos 76%. Isso interferiu no indicador de lucro líquido, mas o Ebitda está muito superior, e isso é consequência da safra cheia de soja”, afirmou o executivo.

O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 115,6% no segundo trimestre, para R$ 556,6 milhões. Já a receita líquida aumentou 37,8%, para R$ 1,86 bilhão, com recorde histórico em volume de vendas e receita faturada.

O volume da comercialização de soja subiu 99,9%, para 517,7 mil toneladas, e 88,9% no caso do milho, para 61,1 mil toneladas. Já as vendas de algodão caíram 6,2%, para 76,4 mil toneladas, e as de caroço de algodão, 11%, para 29,8 mil toneladas.

O executivo destacou o aumento de 21,3% na produtividade média da soja, para 3.960 quilos por hectare. Já a produtividade média do milho subiu 16,7%, a 8.274 quilos por hectare. “Foi nosso recorde histórico, 138 sacas de milho por hectare”, comemorou. A produtividade do algodão cresceu 3,3%, para 1.968 quilos por hectare.

Para a safra 2025/26, a SLC planeja um aumento de 12,9% na área plantada, passando de 735 mil para 830 mil hectares. A expansão se dará principalmente em soja e milho, disse Pavinato.

A SLC também pretende fazer um aumento de 21% na área irrigada, para 16 mil hectares. O investimento será basicamente em fazendas na Bahia. “Com a irrigação, será possível fazer duas safras no ano”, afirmou. Hoje, a produção na Bahia ocorre apenas na primeira safra, com plantio de soja.

Segundo Pavinato, a SLC antecipou a compra de insumos para a safra 2025/26. A empresa já adquiriu 100% do potássio, 95% dos fosfatados, 60% dos nitrogenados e 91% dos defensivos. Ele disse que a SLC conseguiu comprar em períodos de preços mais baixos e deverá ter um custo de produção inferior à média do mercado nesta safra.

A geração de caixa no semestre foi de R$ 2,1 bilhões negativos, devido ao aumento da necessidade de capital de giro para custeio da safra e aquisições. Sobre a aquisição de novas terras, Pavinato disse que a safra 2025/26 será de consolidação das áreas que a empresa comprou na safra passada. “Para a safra 2026/27, vamos avaliar se expandimos ou não”, disse. Ele observou que a SLC prefere crescer via arrendamentos.

Globo Rural

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