BRUXELAS, 4 de dezembro (Reuters) – A Itália quer mudanças nas seções agrícolas do rascunho do acordo comercial UE-Mercosul com os países sul-americanos, disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, na quarta-feira.
O projeto de acordo comercial, que data de 2019, visa estabelecer cotas de importação para a UE de certos produtos agrícolas de países do Mercosul , incluindo Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, sem taxas ou com taxas de importação reduzidas.
Mas os agricultores da UE, especialmente os franceses, protestaram contra o acordo, que, segundo eles, aumentará os problemas que eles já enfrentam com importações baratas, regulamentações onerosas e rendas reduzidas.
“Somos a favor do acordo com o Mercosul, mas precisamos corrigir alguns pontos em questões agrícolas”, disse Tajani, citado pela agência de notícias italiana ANSA, à margem de uma reunião ministerial da OTAN em Bruxelas.
“Estamos trabalhando para tentar atingir esse objetivo porque, no que diz respeito à política industrial, estamos indo na direção certa.”
O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, disse no mês passado que o projeto “não era aceitável” e pediu que os países do Mercosul cumprissem as mesmas regulamentações da UE em termos de respeito aos direitos dos trabalhadores e ao meio ambiente.
O acordo comercial do Mercosul é apoiado pela maioria dos países sul-americanos e está sendo impulsionado pela Alemanha e Espanha.
O bloco sul-americano do Mercosul se reunirá no Uruguai na quinta-feira, levantando a possibilidade de usar o evento para fechar o tão adiado acordo comercial com a UE, após negociações de última hora para aprová-lo.