Santa Catarina é referência nacional quando o assunto é agronegócio. Com a economia baseada na agricultura familiar e com a forte atuação das cooperativas, o estado é responsável por produzir alimentos para o Brasil e para o mundo. Carro chefe das exportações catarinenses, ele é responsável por cerca de 64% dos produtos catarinenses que ultrapassam as fronteiras brasileiras. De acordo com informações divulgadas pelo Governo de Santa Catarina, em 2022, o setor produtivo obteve um faturamento de U$ 7,5 bilhões, com destaque aos produtos de origem animal.
Já em 2023, ainda segundo o Governo Estadual, o Valor da Produção Agropecuária (VPA) de Santa Catarina alcançou um recorde histórico: R$ 64,3 bilhões, representando um crescimento nominal de 6,6% sobre o VPA de 2022, que era até então o maior índice registrado no estado. Todo esse potencial econômico resulta em um resultado significativo para a economia. Conforme informações da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, a produção catarinense é responsável por cerca de 30% do PIB estadual.
Além de contribuir para o desenvolvimento estadual, o agronegócio também desempenha um papel significativo para manter o bem-estar e a segurança alimentar da população. Todo o resultado vem dos esforços do setor, seja para adaptar modelos de gestão de propriedades e negócios, ou para investir em transformar o campo através da tecnologia e conhecimento científico. Esses diferenciais têm posicionado Santa Catarina como vanguardista quando o assunto é inovação no agronegócio.
O agro é desenvolvimento
Os bons índices do agronegócio catarinense são o reflexo de diversas características, entre elas, a diversidade agrícola presente no Estado. Do cultivo de grãos ao manejo de rebanhos suínos e avícolas, o solo catarinense abraça uma variedade impressionante de insumos. De acordo com a CIDASC, Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos, produzindo mais de 50% da carne de todo o país. Na avicultura, é um dos locais que mais produzem e o segundo que mais exporta. Outro destaque é a maricultura, já que o litoral catarinense representa cerca de 90% da produção de ostras do país. Essa diversificação amplia as oportunidades de mercado e também fortalece a estabilidade econômica entre os produtores.
Além disso, o agronegócio é uma fonte primordial de empregos em Santa Catarina. Desde trabalhadores rurais até profissionais altamente especializados em agroindústrias, o setor oferece uma gama diversificada de oportunidades. De acordo com informações da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesc-Senar), a agroindústria sustenta 60 mil empregos diretos e 480 mil indiretos, além de contar com uma base produtiva, no campo, formada por 66 mil produtores rurais integrados. Com isso, é possível sustentar inúmeras famílias, além de manter a sustentabilidade social e econômica das comunidades rurais.
Atualmente, Santa Catarina é referência nas condições de sanidade animal, vegetal e inspeção sanitária, o que permite ao estado adentrar outros mercados com facilidade.
Inovação no campo
O agronegócio catarinense floresce em um cenário marcado pela inovação constante, moldando um setor vital para a economia regional. Em meio a campos férteis e uma cultura agrícola rica, Santa Catarina se destaca não apenas pela tradição, mas também pela vanguarda tecnológica e práticas sustentáveis. Por meio do uso de práticas agrícolas muitas vezes simples, os produtores locais estão transformando o campo ao conseguirem aumentar a eficiência e reduzir os impactos ambientais.
Conforme aponta o Observatório do Agronegócio, relatório feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SC), os investimentos feitos pelos produtores são interessantes para contribuir com o desenvolvimento do setor, mas também para os consumidores. Uma projeção feita pela União das Nações Unidas indica que até 2050, a população mundial deverá atingir o marco de 9,7 bilhões de pessoas, e para suprir a demanda alimentícia, otimizar as produções agrícolas será cada vez mais necessário.
A era da agricultura digital se faz presente através da adoção de diversos mecanismos que têm contribuído com a rotina no campo, como drones, GPS para guiar tratores com precisão e sistemas de sensoriamento remotos. Essas ferramentas contribuem para otimizar o uso de recursos, como a água e os fertilizantes, além de maximizar a produtividade e garantir uma produção mais sustentável.
Mas a inovação vai além do campo. Laboratórios de pesquisa e desenvolvimento exploram a fronteira da biotecnologia e do melhoramento genético, criando variedades de plantas mais resistentes a pragas e doenças, adaptadas às peculiaridades locais de solo e clima. Enquanto isso, a produção orgânica e sustentável ganha terreno, em resposta à crescente demanda por alimentos saudáveis e ecologicamente responsáveis.
Um exemplo de aplicação tecnológica em Santa Catarina está no Oeste do estado. Para aumentar a produtividade nas pequenas propriedades, de acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), os municípios investiram em tecnologias que garantam a alta produtividade, o que resultou em um impacto de 12,43% no resultado. Através de parcerias com cooperativas, os produtores têm acesso a incentivos para embarcar tecnologia nas suas produções, garantindo um aumento significativo na qualidade das safras.
Em Santa Catarina, agricultura e inovação têm andado lado a lado. As empresas de tecnologia estaduais têm apostado em tecnologias para aumentar a competitividade no meio rural, e para aproximá-las dos produtores, surgiu em 2023 o Núcleo de Inovação Tecnológica para Agricultura Familiar (NITA). O espaço é localizado no Parque Tecnológico Alfa, em Florianópolis e atua no apoio e promoção de startups, pequenas e médias empresas voltadas ao agronegócio.