Uma área de 400 mil hectares de lavouras de cana-de-açúcar foi atingida por incêndios na segunda quinzena de agosto na região Centro-Sul do país, de acordo com um levantamento realizado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a partir do CanaSat e imagens de satélite do período. O fogo continuou se espalhando pelos canaviais neste mês de setembro.
Segundo o CTC, o maior impacto foi nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos.
No caso das lavouras atingidas que já haviam sido colhidas, os produtores precisarão realizar novos investimentos em tratos culturais, segundo o CTC, com aplicação de adubo NPK e herbicidas, em alguns casos terão que roçar para esperar que a cana rebrote em melhores condições.
Já as áreas “imaturas” ou próximas da colheita estão sendo colhidas às pressas, para minimizar o impacto na produção e na qualidade.
O CTC ressaltou que as análises dos prejuízos ainda estão sendo feitas de forma qualitativa. Mas adiantou que as medidas que estão sendo tomadas para mitigar os efeitos dos incêndios “prejudicam a sistematização das colheitas das safras atual e futura”.
Déficit hídrico
O clima extremamente seco deste ano favoreceu o avanço das labaredas de fogo. Segundo o CTC, desde o início da safra 2024/25, em abril, até o fim de agosto, as lavouras do Centro-Sul tiveram um déficit hídrico de mais de 1.000 milímetros.
Produtividade
A estiagem já vinha reduzindo a produtividade agrícola nesta safra. Apenas em agosto, o rendimento ficou em 78,7 toneladas por hectare, uma redução de 13,7% na comparação anual.
No acumulado da safra, a queda de produtividade está em 7,4%, com um rendimento de 86,4 toneladas por hectare.