Governo confirma caso de gripe aviária em aves silvestres no Brasil

Vírus da influenza aviária H5N1 foram detectados em dois exemplares da espécie chamada popularmente de trinta-réis-de-bando

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 16/05/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) emitiu uma nota oficial nesta segunda-feira confirmando a detecção do vírus da influenza aviária H5N1 (gripe aviária) em duas aves silvestres no litoral do Espírito Santo.

O Mapa destaca que a notificação da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre da doença. Assim, os demais países membros da Organização Mundial de Saúde Animal não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiro.

De acordo com a nota, o ministro Carlos Fávaro declarou estado de alerta para aumentar a mobilização do setor privado e de todo o serviço veterinário oficial “para incrementar a preparação nacional, aumentando a vigilância sobre a pandemia”.

Investigação

De acordo com o texto, na última quarta-feira (10), o Serviço Veterinário Oficial (SVO) iniciou a investigação de suspeita de gripe aviária após notificação recebida pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica, no Espírito Santo.

Foram resgatadas duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus, conhecida popularmente como trinta-réis-de-bando, uma localizada no município de Marataízes e outra no bairro Jardim Camburi, em Vitória, ambas no litoral capixaba.

O material para diagnóstico, amostras biológicas foram colhidas pelo SVO e enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que confirmou se tratar de Influenza Aviária de Alta Patogenicida (IAAP) de subtipo H5N1.

Posicionamento do setor

Após a confirmação da presença da doença no país, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou posicionamento informando que segue monitorando a situação, juntamente com a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves).

“É importante reiterar que a situação foi registrada em duas aves marinhas migratórias, e não ocorreu dentro do sistema industrial brasileiro, que segue os mais rígidos protocolos de biosseguridade. Por isso, não há qualquer mudança em relação ao abastecimento interno de produtos”, diz o texto da ABPA.

A entidade também afirma na nota que não são esperadas mudanças no fluxo de comércio internacional de produtos brasileiros, tendo como princípio as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

ABPA: Consumo de carne de aves e ovos é seguro

“Por fim, a ABPA ressalta que é totalmente seguro o consumo da carne de aves e ovos, segundo informações cientificamente respaldadas pela OMSA, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e outros órgãos reconhecidos internacionalmente”, finaliza o texto divulgado pela entidade.

A gripe aviária

Em seu comunicado oficial sobre a influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, o Mapa destaca que se trata de uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de influenza aviária e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.

“A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo Mapa e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação de IAAP e proteger a avicultura nacional”, diz a nota oficial do governo.

O Mapa lembra ainda que infecções humanas pelo vírus da influenza aviária podem ser adquiridas, principalmente, por meio do contato com aves infectadas (vivas ou mortas). Desse modo, alerta a população para que, ao avistar aves doentes, acione o serviço veterinário local ou realize a notificação por meio do e-Sisbravet. Não se deve tocar e nem recolher aves doentes.

Canal Rural

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