Florestas: de recurso ameaçado a ativo valorizado

A economia internacional depende das florestas: seus ativos representam uma riqueza global de US$ 7,5 trilhões!

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 22/09/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Celebrado ontem (21/9), o Dia da Árvore serviu como uma ocasião para refletir sobre a importância das florestas e a necessidade de protegê-la não apenas pelo meio ambiente, mas também pela sobrevivência das comunidades que a habitam e dependem dela para subsistir, e pela economia como um todo.

O Valor publicou um especial sobre o peso cada vez mais central das florestas nas economias nacional e internacional, dos benefícios que elas geram e dos prejuízos que sua destruição pode causar ao país e ao mundo. 

A economia internacional depende das florestas: seus ativos representam uma riqueza global de US$ 7,5 trilhões apenas em produtos, turismo e outros serviços, com 32 milhões de empregos formais. Metade do PIB global, cerca de US$ 84,4 tri, depende alta ou moderadamente de água, solos e outros recursos ofertados pela natureza.

No entanto, aqui no Brasil, é a devastação que avança: o país perdeu quase 190 hectares de floresta por hora em 2021, o que equivale a um Maracanã de floresta derrubada a cada dois minutos; 30 Maracanãs no chão a cada hora. Mesmo a Mata Atlântica, que vinha registrando uma recuperação inicial na última década, voltou a registrar taxas crescentes de desmatamento.

Enquanto o poder público patina, ações locais, capitaneadas por comunidades ou organizações da sociedade civil, tentam oferecer um respiro para a floresta e conter a devastação, principalmente na Amazônia.

Na Caatinga, um bioma tradicionalmente ignorado, uma iniciativa de ambientalistas da Bahia está conseguindo inverter o processo de desertificação por meio do manejo sustentável dos recursos naturais e da recomposição florestal em comunidades agropastoris e extrativistas.

Já a iniciativa privada, em especial o agronegócio, começa a coçar a cabeça em busca de uma saída para reduzir sua exposição a riscos comerciais decorrentes da relação entre as commodities que exporta e a destruição das florestas. A nova lei aprovada recentemente pelo Parlamento Europeu, que restringe a entrada de produtos como carne bovina, soja e óleo de palma que tenham sido produzidos em áreas desmatadas depois de dezembro de 2021, pode servir como um impulso para transformações no setor agropecuário brasileiro, de maneira a reduzir seu impacto ambiental e atender às novas exigências dos consumidores na Europa.

No exterior, uma das iniciativas mais ambiciosas é a Grande Muralha Verde, um megaprojeto de reflorestamento na fronteira sul do deserto do Saara que conta com apoio da ONU. Passados 14 anos, o projeto cobriu 15% da área em seus 8 mil km de extensão e 15 km de largura, com investimentos que devem totalizar mais de US$ 30 bilhões até o final desta década.

O objetivo é reverter o processo de desertificação, contribuir para a absorção natural de carbono da atmosfera, além de oferecer condições mais dignas de vida às comunidades na África Subsaariana, uma das áreas mais pobres do planeta.

Climainfo

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