Fertilizantes: importações dos insumos caem em 2023; MG se prepara para a primeira fábrica de fertilizantes verdes

A importação de fertilizantes diminuiu em 2023, mas ainda falta um quadrimestre para fechar a conta. Em Minas Gerais, autoridades se reúnem para discutir passos para implantação de nova fábrica de fertilizante verde

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 02/10/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

Oferta de fertilizantes abastece a demanda dos produtores

As entregas de fertilizantes no Brasil devem a correr de forma mais lenta durante o plantio das culturas na temporada 2023/24. Mais precavidos, as decisões dos produtores se prolongam e espera de como os preços se comportarão nos mercados de insumos e de commodities. Sem concentração e demanda pausada nas aquisições, as compras vão avançar para o próximo mês de janeiro, enquanto as áreas de segunda safra devem continuar em ritmo crescente.

O conflito no leste Europeu entre Rússia e a Ucrânia, de onde vinham cerca de um quarto das importações brasileiras de fertilizantes, trouxe intensa preocupação na conjuntura do ano passado. Como estratégias especiais, a diplomacia brasileira programou visitas que envolveu negociações com países produtores do insumo. O resultado em termos de colheita veio com a produção recorde de grãos na safra 2022/23, mesmo com custos elevados.

A rentabilidade da agricultura passa por encolhimento neste ano, depois de um período com margens de comercialização favoráveis, apesar dos problemas climáticos ocorridos, com quebras de colheita. Ainda que faltando as importações deste quarto trimestre, os níveis alcançados são satisfatórios, sem risco de disponibilidade, quando se toma de referência os volumes verificados em anos anteriores: as quantidades internalizadas em 2022, de 27,209 milhões de toneladas, ficaram acima aos de 2023, com 24,692 milhões (-9,2%).

Agrolink

Minas Gerais dá mais um passo para a instalação da primeira fábrica de fertilizante verde no Hemisfério Sul

O governador Romeu Zema participou, nesta sexta-feira (29/9), em São Paulo, de uma reunião de trabalho com a direção da Atlas Agro Fertilizantes. A empresa construirá, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, a primeira fábrica de fertilizante verde do Hemisfério Sul, orçada em R$ 5 bilhões. Além disso, o grupo também deve investir US$ 850 milhões em um parque gerador de energia fotovoltaica para atender exclusivamente à planta.

A unidade mineira da Atlas terá capacidade de produzir 500 mil toneladas por ano de fertilizantes nitrogenado. Estima-se que 1 milhão de toneladas/ano de carbono deixarão de ser emitidos.

Ao final do encontro, o governador destacou que Minas receberá um projeto inovador e diretamente ligado ao programa Race to Zero, campanha global com objetivo de zerar as emissões de carbono no estado até 2050.

“As empresas fabricantes de fertilizantes são altamente consumidoras de energia, sobretudo combustíveis fósseis. Com isso, quando o Brasil compra o insumo, adquire um produto com alta pegada de carbono. No caso da Atlas, será empregada no processo produtivo energia renovável”, explicou.  

Zema afirmou, ainda, que Minas Gerais já se prepara para o futuro, uma vez que os países desenvolvidos não mais aceitarão itens provenientes de áreas desmatadas ou poluentes. 

“Queremos que nossos produtos agrícolas tenham o selo verde. Iniciativa como essa contribuirá para que possamos cumprir os compromissos firmados no Race to Zero”, afirmou. Vale lembrar que Minas Gerais foi o primeiro Estado da América Latina e Caribe a formalizar a adesão e compromisso com a campanha internacional.

Agência Minas

Agrolink e Agência Minas

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