O mercado de fertilizantes em 2023 apresenta uma dinâmica diversificada, com diferentes indicadores influenciando as entregas de adubo. De acordo com o relatório do Rabobank divulgado nesta terça-feira, 19, enquanto as entregas ao consumidor final, importações e projeções de área plantada indicam uma demanda positiva, os preços das commodities sinalizam desafios a serem enfrentados.
A Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA) reportou que as entregas de fertilizantes até o final de junho de 2023 foram semelhantes às do mesmo período em 2021. Foram distribuídas pouco mais de 18,61 milhões de toneladas de fertilizantes ao consumidor final, contra 18,75 milhões em 2021, representando uma diferença de aproximadamente 140 mil toneladas.
Nas importações, os números até o final de agosto também corroboram essa proximidade entre os dois anos. É importante ressaltar que 2021 permanece como o ano com a maior entrega de fertilizantes ao consumidor final, totalizando cerca de 45,85 milhões de toneladas.
No contexto internacional, destaca-se a significativa redução nos preços dos principais nutrientes ao longo de 2023, apesar das altas observadas a partir de julho. Paralelamente, os defensivos agrícolas seguem a mesma tendência de retração nas cotações, impulsionada pela recuperação na produção de diversos produtos. Esse movimento conjunto nos fertilizantes e defensivos antecipa uma redução nos custos de produção para a próxima safra.
Impacto do milho
Entretanto, a oscilação nos preços das principais commodities, especialmente o milho, gera incertezas para os produtores. Segundo avalia o banco, esta hesitação tem levado muitos deles a adiar a aquisição de insumos, na expectativa de uma possível redução nos custos ou uma melhora nas cotações das commodities.
Apesar de o setor manter um estoque substancial de produtos, esse atraso na aquisição pode implicar em riscos, como o período do abastecimento, especialmente para a safrinha de milho.
Os meses finais do ano desempenharão um papel crucial na definição dos números de consumo de insumos para as safras, sobretudo no que diz respeito às entregas de fertilizantes. Caso o cenário para o milho apresente melhorias, existe espaço para uma recuperação robusta nas entregas após a queda registrada em 2022.