O mercado de feijão está enfrentando um cenário desafiador, passando por mudanças significativas.
De acordo com Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, nas últimas semanas, os compradores têm demonstrado uma redução firme, resultando em negociações escassas.
Enquanto o feijão carioca extra (9,5) mantém-se estável, os outros padrões de feijão têm registrado quedas semanais.
O consultor pondera que a falta de produtos extras disponíveis no mercado contribui para a lentidão observada.
Além disso, as cotações das variedades mais fracas estão sendo pressionadas pelo avanço dos trabalhos de colheita e pelo aumento da oferta.
Por outro lado, os compradores de feijão preto têm se deparado com a escassez de grãos de qualidade inferior e mais acessíveis, indicando um possível impacto nas cotações e uma redução nos estoques.
É importante ressaltar que os agentes do mercado estão atentos às condições climáticas no sul do país, especialmente ao volume de chuvas e aos riscos de leves geadas.
Embora a probabilidade seja baixa no momento, esses fatores podem ter um impacto relevante, destaca Oliveira.
Feijão preto enfrentará déficit de oferta
De acordo com o analista, o feijão preto enfrentará um déficit de oferta no segundo semestre de 2023, o que levou as cotações dessa variedade a ultrapassarem o valor do feijão carioca pela primeira vez desde meados de fevereiro do ano anterior.
Essa tendência pode levar parte dos consumidores a migrarem do feijão preto para o feijão carioca devido às questões de preço, uma vez que muitos consumidores de feijão são sensíveis ao preço.
Quanto à oferta e demanda, estima-se que a produção brasileira de feijão totalize aproximadamente 2,82 milhões de toneladas na temporada 2022/23.
A primeira safra está projetada em cerca de 877 mil toneladas, enquanto a segunda safra deve alcançar aproximadamente 1,27 milhão de toneladas.
A terceira safra é estimada em cerca de 673,1 mil toneladas.
Segundo dados da Conab, a produtividade média da temporada está estimada em 1.129 quilos por hectare, representando um ganho de 8% em relação à temporada anterior de 2021/22, que registrou uma média de 1.046 quilos por hectare.
Atualmente, a média da saca de feijão carioca extra nota 9 na Bolsinha paulista está cotada a R$ 275, registrando uma queda de 3,51% em relação à semana anterior.
Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma redução de aproximadamente 9,09%.
Em relação ao mesmo período de 2022, ocorreu uma diminuição de 22,54%.
Na região de Laranjeiras do Sul, no Paraná, os preços atingiram a média de R$ 245 por saca, enquanto em Minas Gerais, têm sido relatados negócios pontuais com valores entre R$ 250 e R$ 270 por saca.
No caso do feijão preto extra, a média da saca na Bolsinha paulista está cotada a R$ 295, registrando um aumento de 7,27% em relação à semana anterior e uma alta de aproximadamente 22,92% em comparação ao mesmo período do mês passado.
Em relação ao mesmo período de 2022, houve um acréscimo de aproximadamente 15,69%.
Na região de Cascavel, no Paraná, os preços atingiram a média de R$ 240 por saca, mas não há contrapartida de venda. Já na região de Canguçu, no Rio Grande do Sul, têm sido comercializados lotes pontuais na faixa de R$ 290 por saca.