O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, avaliou como “um bom sinal” o pedido da Comissão Europeia (CE) para adiar a aplicação da lei antidesmatamento. A cadeia produtiva da cafeicultura é uma das mencionadas na chamada EUDR como sujeitas à aplicação da medida que barra compras de produtos de áreas desmatadas a partir de 2020.
Entretanto, Matos ressalta que haverá muitos passos pela frente, mesmo o Parlamento Europeu decidindo aprovar a ideia, o que atenderia à demanda de vários países, inclusive o Brasil, para o bloco postergar o início da vigência das novas regras, previsto para 30 de dezembro.
“Formalizar a intenção de adiamento da lei por parte da Comissão Europeia é importante para priorizar a postergação em 12 meses, ainda que o Parlamento Europeu não tenha dado uma resposta”, explicou.
Matos falou com a reportagem de Genebra, na Suíça, onde participa de um congresso global com traders para debater, entre outros temas, a implementação da EUDR. Além de propor a extensão do prazo, a União Europeia divulgou documentos com as exigências específicas para cada cadeia produtiva, o que, na avaliação do diretor do Cecafé, demandará muito trabalho de análise.
“Será necessário analisar com muita calma, pois há muitos detalhes para avaliar caso a caso”, afirmou.