Um estudo revela que a área total cultivada no Brasil atualmente abrange 2 milhões e 742 mil hectares, mas prevê uma redução na área de feijão nos próximos 10 anos, chegando a 1 milhão 749 mil hectares. Apesar disso, o Paraná permanece como o maior produtor nacional do grão, contribuindo com 25% da produção, produzindo quase 800 mil toneladas em cerca de 460 mil hectares.
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) analisou o relatório e expressou ceticismo quanto à redução de área, acreditando mais na estabilidade do cultivo. No entanto, o Ministério da Agricultura aponta uma queda de mais de três por cento no consumo nacional.
O estudo destaca a previsão de consumo de feijão, indicando uma leve queda de 3,4%, passando de 2 mil 850 mil toneladas para 2 mil 752 mil toneladas.
Ana Paula Kowalski, técnica do departamento técnico e econômico do Sistema Faep/Senar-PR, comentou sobre a estabilidade do consumo, enfatizando a tradição do arroz com feijão nas refeições e a crescente tendência de utilizar o feijão como fonte de proteína vegetal.
Alyson Rompava, feijoeiro, destaca a vantagem econômica do feijão, mesmo com desafios climáticos. Ele enfatiza a rentabilidade do feijão, apesar de ser uma cultura mais sensível.
O levantamento aponta uma tendência de retração na produção, de 3,79 milhões de toneladas para quase três milhões até 2033. O Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe) contesta o estudo, apostando na expansão de produtividade para a próxima década.
Marcelo Luders, presidente da Ibrafe, ressalta a evolução e demanda crescente, defendendo que a área dependerá da produtividade alcançada.
Para incentivar o crescimento, Luders destaca a necessidade de investimentos, especialmente para competir com outras commodities agrícolas.
Carlos Hugo Godinho, agrônomo do Deral, aborda os desafios enfrentados na safra de feijão devido ao El Niño, destacando a quebra na produção.
O Deral avalia que os preços do feijão incentivam o cultivo, mas a concorrência com outras culturas, como a soja, leva à redução progressiva da área.
João Vidal Baggio Neto, produtor rural, enfatiza a importância do feijão na rotação de culturas da fazenda, considerando-o uma opção econômica e uma necessidade para o produtor.