Estados de quatro regiões do Brasil estão sob alerta de tempestades emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A situação deve durar pelo menos até o meio-dia desta quinta-feira (2/1). Os locais sob alerta laranja, de “perigo” podem ter chuvas de até 100 milímetros em um intervalo de 24 hores, com possibilidade de queda de granizo, além de rajadas de vento variando de 60 a 100 quilômetros por hora.
As fortes chuvas devem atingir todo o litoral do Paraná e de Santa Catarina e parte da costa do Rio Grande do Sul. No Paraná, a situação deve se estender por uma faixa que vai até a área central do Estado, atingindo boa parte da área de divisa com São Paulo além das regiões de municípios como Guarapuava, Ponta Grossa e Londrina. Em Santa Catarina, o alerta vale para quase todo o território, com exceção do extremo oeste.
No Rio Grande do Sul, o alerta laranja vale para parte do litoral, centro e norte do Estado. Além da capital, Porto Alegre, os temporais podem atingir municípios como Erechim, Passo Fundo, Novo Hamburgo e Caxias do Sul.
No Sudeste, o alerta vale para quase todo o território do Rio de Janeiro, com exceção da faixa litorânea. Atinge também Sul do Espírito Santo, boa parte do Centro-sul de Minas Gerais. Em São Paulo, o Inmet prevê tempestades no Vale do Paraíba, região de Campinas e em parte do norte do Estado.
Na região Centro-oeste, a área que pode ser mais atingida pelas fortes chuvas e rajadas de vendo vai do sudeste ao sudoeste de Goiás, além de parte do centro e norte de Mato Grosso. Municípios de forte produção agropecuária, como Rio Verde (GO), Sorriso (MT) e Lucas do Rio Verde (MT) estão entre as localidades de risco.
O aviso de perigo vale também para algumas localidades na região norte, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia. Sudoeste do Pará, centro e norte de Rondônia e boa parte do território do Amazonas estão sob risco.
Ao longo do mês de janeiro, a previsão é de se formarem mais corredores de umidade entre o sul da região Norte e o Sudeste do Brasil. As chuvas acima das médias para o período devem se concentrar em estados do Centro-oeste, Norte e Sudeste. Importantes regiões de produção agrícola, como o Matopiba, deve ter essa condição. Assim como Goiás, leste de Mato Grosso, Minas Gerais e Espírito Santo.
Alguns destes corredores podem vir a formar ZCAS”, enfatiza o meteorologista Vinícius Lucyrio, no boletim, em referência à Zona de Convergência do Atlântico Sul, que influenciou o regime de chuvas em boa parte do Brasil nos últimos dias.
Mapa mostra previsão de chuva para janeiro — Foto: Climatempo
As temperaturas devem se manter entre a média e abaixo dela no leste de Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, sul de Tocantins, Minas Gerais e São Paulo. Já nas demais áreas do país, os termômetros devem atingir marcas superiores às médias, com umidade elevada e tempo bem abafado.
Mapa mostra como devem ficar as temperaturas em janeiro — Foto: Climatempo
La Niña é iminente
Para a MetSul Meteorologia, as condições do fenômeno climático La Niña se configuraram no Oceano Pacífico. Na avaliação dos meteorologistas, a ocorrência, que está atipicamente atrasada, é iminente. Pode ser ainda nesta semana ou ao longo do mês de janeiro.
“É bastante atípico que um evento de La Niña se inicie ou seja declarado ao redor da virada do ano. Pendente de confirmação, pode ser o começo mais tardio do fenômeno já observado nos últimos 50 anos, já que, em regra, começa no fim do inverno austral e início da primavera”, destaca o boletim da MetSul.
Citando a Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), uma das principais referências internacionais e monitoramento de fenômenos climáticos, a MetSul destaca que as condições atmosféricas já vinham demonstrando sinais de La Niña. Mas as variações de temperatura do Oceano Pacífico, ainda não, o que não permitia confirmar sua ocorrência.
“Ocorre que nos últimos 15 a 20 dias houve um resfriamento maior das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e as anomalias de temperatura do mar passaram a ser solidamente em terreno de La Niña”, diz a MetSul.
Em estágios iniciais, a ocorrência do fenômeno este ano não deve ser tão longa quanto em períodos anteriores, ressaltam os meteorologistas. Os modelos de clima indicam um período de três a cinco meses.