CAIRO (Reuters) – O Egito começou a fechar alguns centros locais de coleta de trigo antes do previsto, sinalizando que a colheita está chegando ao fim, com as compras ficando aquém da meta do governo, de acordo com um documento do Ministério do Abastecimento visto pela Reuters.
O déficit ocorre em um momento em que o Egito, geralmente o maior importador de trigo do mundo, busca garantir suprimentos acessíveis para um vasto programa de pão subsidiado que alimenta quase 70 milhões de pessoas, em meio à alta inflação e às constantes tensões econômicas.
O governo pretendia adquirir entre 4 e 5 milhões de toneladas métricas de trigo de uma colheita local estimada em cerca de 10 milhões de toneladas. A temporada, que começou em meados de abril, oficialmente vai até meados de agosto.
No entanto, até sábado, 28 de junho, pouco mais de 3,9 milhões de toneladas foram coletadas, de acordo com um segundo documento oficial separado analisado pela Reuters.
Nos últimos dias, o Ministério do Abastecimento começou a fechar gradualmente alguns pontos de coleta em todo o país, alegando baixos volumes entregues pelos agricultores, de acordo com o primeiro documento.
Os centros que permanecerem abertos também serão fechados se não receberem trigo por 3 a 5 dias consecutivos, de acordo com documentos oficiais.
O Ministério do Abastecimento não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
O Egito normalmente complementa sua colheita doméstica com cerca de 5 milhões de toneladas de importações anualmente para apoiar suas reservas estratégicas e sistema de pão subsidiado.
Mas os volumes de importação no primeiro semestre de 2025 também ficaram abaixo dos do ano anterior, disseram autoridades na semana passada.
O Egito tem reservas estratégicas de trigo e outras commodities suficientes para mais de seis meses, disse o primeiro-ministro Mostafa Madbouly no início deste mês.
