Após registrarem uma queda atípica em fevereiro, os custos de alimentação de bovinos em confinamentos registrou alta em março no Brasil, segundo o indicador Icap, calculado pela Ponta Agro.
No Sudeste, o indicador ficou em R$ R$ 13,27, alta de 5,07% na comparação mensal, enquanto no Centro—Oeste o valor apurado pela empresa foi de R$ 13,91, alta de 1,16%.
De acordo com a Ponta Agro, a antecipação da safra 2024/25 apontada como explicação da queda registrada em fevereiro não se confirmou.
“Mesmo com a expectativa de recorde na produção de grãos no Brasil, os custos dos principais alimentos utilizados na nutrição de bovinos confinados continuaram subindo, puxados por estoques apertados e demanda firme tanto no mercado interno quanto externo”, observa a empresa em nota.
Na região Centro-Oeste, a alta foi puxada pelo custo dos alimentos energéticos, que subiram 2,93% em média. Destaque para a casca de soja, que subiu 10,76% no período, e para a torta de algodão, cuja alta foi de 13,27%.
No Sudeste, o aumento médio dos insumos energéticos foi de 6,62% e dos proteicos de 11,21%, puxados pela valorização de 10,51% do sorgo grão seco, 9,15% da casca de soja e de 8% do milho grão seco.
Na comparação anual, o custo de confinamento registrou queda de 8,43% no Centro-Oeste e alta de 1,45% no Sudeste. A partir dos dados levantados, o custo total de engorda é estimado em R$ 204,13 e R$ 210,64 por arroba produzida para Centro-Oeste e Sudeste, respectivamente, permitindo um lucro superior a R$ 820,00 por cabeça nas duas regiões.
Segundo a Ponta Agro, o cenário atual revela uma conjuntura mais complexa em 2025 quando comparado a 2024. “Nem mesmo o recorde de produção de grãos na safra 2024/2025 foi capaz de conter a alta dos insumos utilizados na alimentação de bovinos em confinamento”, observa a empresa em nota.
Com a arroba bovina em alta, a previsão é de crescimento de 18% na intenção de confinamento deste ano, estimado em 8 milhões de cabeças de gado.
“Março de 2025 sinaliza um novo momento para o confinamento brasileiro: valorização da arroba, alta demanda externa e aumento no consumo e custo dos alimentos. O desafio agora é manter a produtividade e a eficiência diante de um cenário mais oneroso”, completa a Ponta Agro em nota.