Em uma concessionária, em Cascavel, no oeste do estado, uma colheitadeira nova, a pronta entrega, é algo que não existe mais desde que a pandemia começou. Isso porque, diante da alta procura, para que um produtor rural possa comprar um maquinário zero é necessário fazer o pedido, dar um sinal de entrada e, ainda assim, entrar em uma fila de espera, sem garantia exata de prazo e preço.
Conforme explica o gerente comercial Edimilson Guedes na concessionária em que trabalha a fila de espera não é pequena e passa de 300 pedidos. A expectativa é de que não consigam entregar os maquinários este ano, gerando assim, um atraso nas entregas previstas para acontecerem em 2024.
Entre os motivos para essa redução está, principalmente, a falta de componentes eletrônicos produzidos na China e os problemas logísticos ocasionados pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Tal cenário fez com que a fábrica diminuísse em 30% as entregas de máquinas para a concessionária com mais de 30 lojas no oeste e sudoeste do Paraná.
“A Covid, a guerra da Ucrânia, vários fatores contribuíram para que todos os fabricantes tivessem uma certa dificuldade”, comenta o gerente.
Em 2022, a venda de maquinário agrícola no Brasil cresceu 23,6% em comparação com o mesmo período de 2021. Para a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a ANFAVEA, acredita que os gargalos de produção devem diminuir no ano que vem e a expectativa é de um mercado ainda mais aquecido.
“O mercado tende a crescer, mas o gargalo de produção – mais uma vez- será um fator chave, para a gente apontar para esse crescimento de mercado. Se conseguimos produzir, provavelmente, teremos um mercado maior”, analisa o Presidente ANFAVEA, Marcio de Lima Leite.