Contém glúten? Variedade de trigo melhorado geneticamente pode ser a solução para celíacos

A doença celíaca, mais conhecida como alergia ao glúten é uma doença autoimune em que o causador da reação, como já foi dito, é o glúten. Presente em todos os alimentos derivados do trigo, como massas, pizzas, pastéis e biscoitos, o glúten passa por diversos estágios dentro do corpo humano após ser ingerido, até chegar à parte externa do intestino delgado. O acúmulo do glúten causa uma inflamação crônica responsável por sintomas que vão de diarreia até osteoporose.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 27/06/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

A doença celíaca foi descoberta pelo pediatra britânico Samuel Gee no ano de 1888, mas somente em meados de 1940 é que o glúten foi reconhecido como o causador da doença.

Mesmo assim, por conta dos sintomas da doença serem bastante parecidos com demais problemas de saúde, ainda é difícil identificar os sintomas causados pelo glúten, mas atualmente, os avanços da medicina, trouxeram exames mais precisos e os médicos tem investigado cada vez mais o problema. Pesquisas mais recentes estimam que 6% da população global é alérgico ao glúten, porém, alguns discordam e acreditam que esse número é um pouco exagerado.

Mesmo sendo um índice pequeno, muitas pessoas passaram a serem mais preocupadas com a saúde nos últimos anos e com novos hábitos de consumo, se tornou mais comum nas prateleiras dos mercados, a presença de produtos alimentícios, especialmente os derivados de trigo com a identificação: Sem Glúten.

Porém, a remoção do glúten no alimento, ocorre em sua maioria já dentro das fábricas, através de processos industriais, muitas vezes custosos e trabalhosos, fazendo com que o produto se torne bem mais caro diante dos alimentos comuns.

Sendo assim, pesquisadores do Instituto de Biotecnologia Vegetal da Agricultura Sustentável (IAS), da Espanha, vinham estudando a longo tempo junto com o Conselho Superior de Investigação Científica Córdoba (CSIC) para melhorar geneticamente uma variedade de trigo a fim de que essa cultivar não tivesse glúten e, recentemente atingiram seu objetivo.

A pesquisa foi publicada no ano passado na revista Food Chemical Toxicology e a nova cultivar de trigo criada possui as características nutricionais parecidas com o trigo convencional.

O isolamento integral das gliadinas (proteínas do glúten) não foi realizado, mas os cientistas reduziram entre 95% e 98% as substâncias do componente na linha transgênica E82 sem que houvesse perda na qualidade do trigo. Isso só foi possível porque existe uma compensação da retirada das proteínas do glúten (gliadinas) e aumento de globulinas.

O trigo transgênico que não contém glúten é uma excelente alternativa de produção, visto o aumento das exigências do mercado. Além de que, a matéria-prima criada possui a mesma qualidade que o trigo convencional, mas com um custo bem menor no quesito de processamento para a retirada do glúten, como seria o caso do trigo convencional.

Os testes dessa nova variedade de trigo já foram realizados em ratos, por um período de 90 dias, onde nenhum comportamento atípico ou efeito colateral foi constatado.

O próximo passo é a realização de testes práticos em voluntários com a doença celíaca, a fim de respaldar a comercialização da nova cultivar de trigo sem glúten.

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Conteúdo baseado na notícia “Doença Celíaca: biotecnologia ajuda quem é sensível ao glúten” veiculada no site cib.org do Conselho de Informações sobre Biotecnologia.

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