Até esta quinta-feira (27/3), os produtores de soja do Rio Grande do Sul colheram 24% da área prevista com soja para a safra 2024/25. Uma semana antes, o percentual era 11%. Os trabalhos estão avançados em relação ao mesmo período do ano passado (10%) e superam a média para o período, de 22%, segundo a Emater-RS.
De acordo com boletim do órgão, nas áreas a oeste do Estado, foram registradas perdas que inviabilizam economicamente a colheita. A seca afetou o rendimento das plantas, e esse cenário pode se manter este mês.
“A escassez pluviométrica em março poderá comprometer o potencial produtivo das lavouras em fase de floração e enchimento de grãos (35%), agravando a expectativa de redução nos rendimentos médios, já considerados baixos”, destacou a Emater, em boletim.
O documento segue dizendo que outro fator que interfere na colheita são os grãos com umidade próxima a 13%; em algumas áreas, os níveis chegam até 7%, caracterizando extrema secura.
Nesta quinta-feira, em apresentação dos números da expedição Rally da Safra, André Debastiani, coordenador do Rally, disse que a seca tem sido um empecilho para a produção desde o início do ano, Debastiani disse que as altas temperaturas seguem tirando peso dos grãos.
“A safra ainda está em aberto, mas depende de umidade para se desenvolver, caso contrário, pode perder ainda mais produtividade”, alertou.
São esperadas 37,5 sacas de rendimento para a soja no Rio Grande do Sul, menor que as 39 divulgadas em fevereiro, e distante das 49,5 sacas projetadas no primeiro mês de 2025.
No entanto, o quadro de perdas não é generalizado no Estado. De acordo com a Emater, em partes do Planalto e nos Campos de Cima da Serra, as produtividades estão próximas ao potencial das cultivares, ultrapassando 4 mil quilos por hectare, em cultivos beneficiados por precipitações regulares. Vale lembrar que a média de rendimento está calculada em 2.240 quilos.
Arroz
A colheita do arroz no Rio Grande do Sul atingiu 51,66% da área semeada, totalizando, segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga). Em números absolutos, foram 501,3 mil hectares.
A Fronteira Oeste segue liderando a colheita, com 71,41% da área semeada já colhida, seguida pela Planície Costeira Externa com 61,41%, Planície Costeira Interna com 53,25%, Campanha com 40,91%, Região Central com 34,76% e Zona Sul com 31,92%.
Segundo Luiz Fernando Siqueira, gerente da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural, o clima tem favorecido a colheita e tem oferecido aos produtores uma janela diária de muitas horas de trabalho.
“A Zona Sul é a regional que mais avançou proporcionalmente na colheita. Foi a última regional a iniciar o plantio e consequentemente a última a dar inicio a colheita, porém ela tem avançado rapidamente em razão de toda a organização e mecanização dos produtores da região”, avalia o agrônomo, destacando que a safra deve se estender durante o mês de abril e possivelmente no mês de maio.
