A semana começou com sol e calor em todas as regiões do Brasil. Mas o tempo deve mudar de forma significativa a partir desta segunda-feira (8/12) com a formação de um ciclone extratropical na fronteira entre a Argentina e o Rio Grande do Sul. O sistema, acompanhado de uma frente fria, irá causar muita instabilidade no Sul do país.
A previsão fez o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitir um alerta vermelho de “grande perigo” para 753 municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul válido até 23h59 de terça-feira (9/12).
Segundo o órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o aviso engloba a possibilidade de chuva acima de 100 milímetros, rajadas de vento superiores a 100 km/h e queda de granizo. Há ainda alto risco de danos em edificações, interrupção no fornecimento de energia, estragos em lavouras, queda de árvores, alagamentos e transtornos no transporte rodoviário nos três Estados (veja abaixo).
Paraná
- Serra;
- Centro Ocidental;
- Noroeste;
- Sudeste;
- Sudoeste;
- Oeste
- Norte Central;
- Centro-Sul;
- Curitiba;
- Centro Oriental.
Santa Catarina
- Oeste;
- Serra;
- Vale do Itajaí;
- Norte.
Rio Grande do Sul
- Serra;
- Sudoeste;
- Noroeste;
- Centro Ocidental;
- Porto Alegre;
- Sudeste;
- Nordeste;
- Centro Oriental.
Qual o caminho do ciclone?
A meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo, explica que o ciclone extratropical de forte intensidade deve se deslocar pelo Rio Grande do Sul ao longo da terça (9/12), avançando em direção ao litoral. A expectativa é de que o sistema alcance o mar na quarta (10/12) e, a partir daí, se afaste gradualmente do país.
Embora o ciclone não deva atingir diretamente o Sudeste e o Centro-Oeste, cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul podem sentir seus efeitos indiretos. Nestes locais, temporais e rajadas de vento de fraca intensidade não são descartados.
“Mesmo que o processo de formação do ciclone extratropical e da frente fria estimule ventos fortes e temporais no Sudeste e no Centro-Oeste, este ciclone extratropical não vai passar sobre nenhuma área destas regiões. O ciclone se forma sobre o Sul, segue para o oceano na costa do Rio Grande do Sul e avança para alto-mar sempre na altura da costa gaúcha”, diz.
O que é um ciclone
Definido como um sistema de baixa pressão na atmosfera terrestre, o ciclone é classificado de acordo com a localização geográfica e intensidade. O extratropical, por exemplo, previsto para ocorrer nesta semana, se forma em latitudes mais elevadas e é comum no Sul do Brasil.
Uma das principais características é a capacidade de provocar mudanças abruptas no clima com volumes elevados de chuva, rajadas de vento e, em alguns casos, queda de granizo.
“O processo de formação do ciclone extratropical e da frente fria gera nuvens muito carregadas, do tipo cumulonimbus, que frequentemente causam chuva forte, raios, intensas rajadas de vento e granizo. Algumas nuvens cumulonimbus podem provocar rajadas de vento em torno de 100 km/h”, diz a Climatempo.
