O Ministério da Agricultura da China aprovou duas variedades de cana-de-açúcar transgênica produzidas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), empresa brasileira de biotecnologia e inovação para cana-de-açúcar.
Elas são a CTC20Bt e a CTC9001Bt, ambas resistentes à broca e ajudam a reduzir o uso de agroquímicos nos canaviais.
A diretora de assuntos regulatórios e governamentais do CTC, Silvia Yokoyama, destacou que os produtos foram feitos com tecnologia totalmente nacional e garantem a qualidade do açúcar gerado. “O CTC é a primeira empresa brasileira a desenvolver um produto de biotecnologia agrícola e que obteve a aprovação de uma variedade transgênica na China. O processo de aprovação levou quase quatro anos e ficamos orgulhosos pois a China é muito cautelosa em relação a organismos geneticamente modificados (OGM)”, disse.
As variedades, resistentes à broca, foram submetidas ao processo de aprovação chinês há quatro anos e passaram por análises extremamente rigorosas, que costumam demandar até dez anos para uma certificação.
“Eles nos pediram documentos e amostra de materiais para reproduzir os ensaios. Atendemos a todas as exigências dentro dos prazos em parceria com os governos e setor produtivo”, explicou Yokoyama.
A certificação pela China garante que a qualidade do açúcar produzido pela variedade transgênica não foi alterada com a modificação genética. “A gente conseguiu provar que o açúcar continua sendo açúcar”, definiu a diretora.
Em 2022, a China adquiriu quase 6 milhões de toneladas de açúcar, o único produto gerado pela cana que é importado pelo gigante asiático. “Acho que os produtores de cana aqui do Brasil também ficam mais tranquilos a partir de agora para continuar com todas essas tecnologias”, completou.
O CTC investiu cerca de R$ 1 bilhão nos últimos anos no programa de biotecnologia para a criação de laboratórios de última geração e de um banco de dados com informações sobre variedades de cana, solo, clima e produtividade de várias regiões do país.
Até o momento, apenas as duas variedades certificadas pela China foram submetidas à avaliação do país asiático, mas outras tecnologias podem seguir para aprovação em breve. “Essas duas (aprovadas) são as mais importantes variedades de cana transgênica que estão sendo comercializadas aqui no Brasil. No futuro, caso a gente precise, vamos atrás de outros processos também, conforme a tecnologia for evoluindo”, afirmou Yokoyama.