As chuvas que atingiram zonas produtoras de café do Brasil e a manutenção delas não foram suficientes para frear a forte alta do grão na bolsa de Nova York. Nesta segunda-feira (14/10), os lotes do arábica para dezembro subiram 3,97%, para US$ 2,6205 a libra-peso.
“O mercado já precificou as chuvas, pois ele se antecipou aos prognósticos de clima com as quedas nos últimos pregões. Hoje, o café está subindo mais por uma questão relacionada à demanda e aspectos técnicos”, diz Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café.
Dados indicam que a procura pelo produto está maior neste ano. As exportações globais de café verde cresceram 8,8% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado, disse a Organização Internacional do Café (OIC).
“O mundo ainda passa por um ciclo de juros altos, isso inibe a formação de estoques, pois fica mais caro para construir essas reservas. Com isso, é natural que tenhamos um aumento nas exportações”, avalia.
Ainda na visão de Pancieri Neto, permanecerão as preocupações com o clima, ainda que os próximos 15 dias apontam para o registro de chuvas em cafezais de Minas Gerais e Espírito Santo.
“Independentemente da continuidade das chuvas, os prejuízos para as lavouras já estão instalados. No Espírito Santo, as floradas estão acontecendo de forma irregular, e se isso persistir podemos ter perdas para o conilon no ano que vem”.
Suco de laranja
Os preços do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) seguiram com forte oscilação na bolsa de Nova York. Após uma alta de 4,36% na véspera, os contratos do produto para novembro subiram 3,48% na sessão de hoje, precificados a US$ 4,9590 a libra-peso.
Além do receio de que a temporada de furacões traga impactos para a produção do maior produtor de laranjas dos EUA, a Flórida, as estimativas para a produção local não são animadoras.
Na última sexta-feira, o Departamento de Agricultura americano (USDA), reduziu sua projeção de colheita no Estado para 15 milhões de caixas nesta temporada, abaixo das 20 milhões registradas no último ciclo.
Açúcar
A sessão também foi de alta para os preços do açúcar na bolsa americana. Os contratos com entrega para março do ano que vem avançaram 0,67%, cotados a 22,39 centavos de dólar por libra-peso.
Algodão e cacau
As cotações do algodão e do cacau cederam em Nova York. No caso da pluma, os lotes para dezembro recuaram 1,63%, para 71,03 centavos de dólar por libra-peso. Em relação ao cacau, após uma trajetória de quatro altas consecutivas, a cotação perdeu força. Os contratos para dezembro fecharam em queda de 1,60% , a US$ 7.615 a tonelada.