O café arábica deixou o mercado testando limites nesta segunda-feira (16/9). Ao encerrar a sessão de Nova York, o grão ficou cotado em US$ 2,5855 a libra-peso, queda de 0,35%. Os diferenciais entre os preços da manhã e do final do dia mostraram ajustes técnicos de mercado e volatilidade significativa.
Pela manhã, na abertura das negociações, o arábica chegou a atingir a maior cotação desde 2011, ultrapassando os US$ 2,7180 a libra-peso. A alta registrada foi de 4,8%, em razão da seca severa no Brasil, que afeta os parques cafeeiros e pode colocar em xeque a produção futura (safra 2025/26). Ainda sem projeções precisas, se houver confirmação de redução do número de grãos, pode haver influência na oferta global.
De acordo com o analista e sócio da consultoria MM Cafés, Marcus Magalhães, ainda não há possibilidade de chuva nas principais praças, inclusive, do café robusta, que é cotado em Londres. Na bolsa inglesa, o grão fechou em queda de 0,36%, cotado a US$ 5.248 a tonelada, refletindo no final do dia no arábica em Nova York.
As temperaturas elevadas, baixa umidade do ar e queimadas no radar, disse ele, sustentam as dúvidas e os preços em volatilidade, em especial pelo déficit hídrico, que ainda deve permanecer até o final do ano, mesmo com eventuais precipitações.
“Estamos em uma safra complicada, estoques baixíssimos e isso dá a impressão de que quando chegarmos no final do ano, teremos piores condições sobre os desafios de abastecimento e volume de café em uma especulação, deixando Nova York e Londres em vieses de oscilações”, explicou.
Açúcar
Os papeis do açúcar com prazo para dezembro fecharam em alta de 0,93%, cotados a 19,59 centavos de dólar por libra-peso. O suporte da alta vem das secas no Brasil e riscos com as consequências dos incêndios nos canaviais no interior de São Paulo para a próxima safra 2025/26.
A UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) atualizou nesta tarde o número de hectares de cana atingidos pelo fogo para, pelo menos, 231,83 mil. O dado é fruto de levantamento parcial realizado pela junto às usinas do estado e refere-se aos incêndios ocorridos em agosto. As empresas associadas representam mais de 75% da produção paulista de cana-de-açúcar.
De acordo com o levantamento, 132,04 mil hectares são de áreas que ainda seriam colhidas. As regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos foram as mais atingidas pelos incêndios, respondendo por cerca de 90% da área queimada apurada até o momento. Nas regiões de Piracicaba, Araçatuba e Assis o impacto dos incêndios foi menor.
Cacau
Os contratos do cacau fecharam em alta na bolsa americana, precificados a US$ 7.767 a tonelada, valorização de 0,94%. De acordo com analistas do site americano Barchart, os preços subiram para máximas de duas semanas “e estão moderadamente mais altos”.
“A menor produção de cacau na Costa do Marfim, o maior produtor do mundo, é otimista para os preços do cacau. Dados do governo, hoje, mostraram que os agricultores da Costa do Marfim enviaram 1,72 milhões de toneladas de cacau para os portos de 1º de outubro a 15 de setembro, uma queda de 28% em relação ao mesmo período do ano passado”, informou a consultoria.
Algodão e suco de laranja
O pregão da bolsa de Nova York fechou favorável aos lotes de algodão com vencimento para dezembro, cuja alta foi expressiva, de 4,30%. As cotações encerraram em 72,82 centavos de dólar por libra-peso. De acordo com a Trading Economics, a alta refletiu os números do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), fazendo com que os contratos futuros rompessem o patamar dos 71 centavos por libra-peso, o maior valor em mais de três semanas.
O USDA reduziu sua previsão de produção norte-americana na safra 2024/25 para 14,5 milhões de fardos, uma queda de 600 mil fardos em relação a agosto, em especial em razão do recuo dos rendimentos de algodão no sudoeste do país.
O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) caiu mais um dia em Nova York. Desta vez, o recuo foi menor, de 0,30% e ficou cotado em US$ 4,8165 a libra-peso para os contratos com vencimento em novembro.