Café atinge o maior valor em 13 anos, açúcar tem máxima em 7 meses

Negociantes disseram que chuvas do último fim de semana podem ser suficientes para estimular primeira florada da safra brasileira.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 25/09/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Os contratos futuros do café arábica na ICE subiram para o maior valor em 13 anos nesta terça-feira (24), com a persistência das preocupações com a safra do Brasil, principal produtor, agravadas pelos temores de que as chuvas no país não sejam suficientes nas próximas semanas.

Os futuros do açúcar bruto também subiram, atingindo um pico de sete meses.

Café

O contrato para dezembro do café arábica fechou em alta de 4,15 centavos de dólar, ou 1,6%, a US$ 2,678 por libra-peso, tendo atingido o valor mais alto desde setembro de 2011, a US$ 2,704.

Os negociantes disseram que as chuvas do último fim de semana em algumas regiões de cultivo de café do Brasil podem ser suficientes para estimular a primeira florada da safra, mas serão necessárias precipitações posteriores para ajudar a fixar as flores.

“É aí que as coisas ficam complicadas”, disse um negociante, observando que a previsão de 11 a 15 dias tende a ser mais seca.

No entanto, os ganhos nos preços do café foram limitados por relatos de que o Regulamento de Desmatamento da UE, que proíbe a importação de commodities ligadas ao desmatamento, poderia ser adiado, disseram os negociantes.

O regulamento está previsto para entrar em vigor no final de dezembro e tem impulsionado as importações de café para o bloco durante a maior parte deste ano.

O café robusta de novembro subiu 0,7%, a US$ 5.312 a tonelada métrica.

Açúcar

O açúcar bruto fechou em alta de 0,57 centavo, ou 2,5%, a 23,12 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido uma máxima de sete meses de 23,30 centavos.

Os comerciantes disseram que o mercado continua a ser apoiado por rebaixamentos nas projeções da produção de açúcar no Brasil, o maior produtor, tanto neste ano quanto no próximo, devido à seca e aos incêndios relacionados.

Uma pesquisa da S&P Global Commodity Insights espera que a produção de açúcar no centro-sul do Brasil tenha caído 1,3% na primeira quinzena de setembro em relação ao ano passado. Espera-se que a associação industrial Unica divulgue os dados nos próximos dias.

O açúcar branco de dezembro subiu 1,9%, a US$ 595,40 por tonelada.

Globo Rural

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