Uma comitiva brasileira, formada por representantes do governo e empresários do setor agropecuário, está no México nesta semana para negociar a manutenção de condições mais favoráveis para o comércio de produtos brasileiros aos mexicanos.
A principal missão será conversar com representantes do governo mexicano, tanto o atual quanto o eleito, que assumirá em outubro, para articular a renovação do Pacic, um programa local contra a inflação que, entre outras medidas, zera a tarifa de importação de vários produtos.
O programa tem validade até 31 de dezembro de 2024. A intenção é conseguir a prorrogação por ao menos um ano. A lista de produtos beneficiados pelo Pacic inclui carne de aves, carne suína, carne bovina, milho, arroz e ovos, itens importantes da pauta exportadora do Brasil para o México.
A comitiva brasileira é liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, e conta com empresários, principalmente do setor de proteína animal. Em 2023, negociação semelhante surtiu efeito.
Sem o programa, a tarifa de importação desses produtos chega a 75%, o que inviabiliza a exportação brasileira, disse Perosa. A intenção de prorrogar a vigência por mais um ano “é boa para conter a inflação mexicana com garantia de qualidade e sanidade dos nossos produtos”, disse à reportagem.
A comitiva também vai se reunir com as autoridades sanitárias mexicanas para negociar avanços para a retomada das exportações de carnes de aves do Rio Grande do Sul, que estão suspensas desde a confirmação do foco da doença de Newcastle, em uma granja comercial em Anta Gorda (RS), em julho.
Inicialmente, o bloqueio atingiu todo o país, mas agora está concentrado no Estado.