Brasil ainda enfrenta desafios no mercado de aves e suínos

Apesar dos desafios, as exportações brasileiras de carne suína continuam sendo impulsionadas pelas fortes importações da China e do México

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 06/06/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

O Brasil, reconhecido como um país livre de gripe aviária por muito tempo, está lidando com a detecção de casos da doença em aves silvestres nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O país recentemente registrou casos de alta patogenicidade da doença em aves silvestres. Diante dessa situação, o governo brasileiro está investindo na expansão da capacidade de testagem dos animais e fortalecendo a atuação do Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Além disso, drones estão sendo utilizados para realizar inspeções aéreas, especialmente nas regiões do Pantanal e do Rio Grande do Sul. Como medida preventiva, eventos estão sendo suspensos, e informações sobre a doença estão sendo compartilhadas amplamente. O governo também decretou emergência zoossanitária no país.

Por esses motivos, o mercado de aves vem sofrendo algumas oscilações mesmo com aves comerciais não tendo nenhum registro de gripe aviária até o momento.

“É óbvio que quem compra carne fica preocupado visto que a doença chegou ao país e por esse motivo acaba tendo uma queda nos preços. Porém o Brasil tem lidado bem com essa questão e reforçado cada vez mais as medidas de prevenção, evitando que a doença possa chegar nas granjas comerciais, diz Wagner Yanaguizawa analista econômico de proteína animal da Rabobank.

No mercado interno, a avicultura enfrenta a detecção de casos de gripe aviária em aves silvestres, o que pode gerar preocupação e afetar o consumo de carne de frango. No entanto, ainda não há evidências de contaminação das aves de produção, e medidas estão sendo tomadas para conter a propagação da doença.

Enquanto isso, o setor suinícola enfrenta oscilações no mercado internacional e desafios para estimular o consumo da proteína. Este artigo traz informações atualizadas sobre essas questões.

Desafios e oportunidades na suinocultura brasileira

A suinocultura brasileira enfrenta desafios para estimular o consumo de carne suína. No início do segundo trimestre, o mercado mundial apresentava um fraco crescimento econômico, o que impactou o consumo da proteína.

Embora haja sinais de que o pior da inflação global já tenha passado, a recuperação no consumo tem sido mais lenta, e isso provavelmente será sentido ao longo de 2023. O aumento nos preços da carne suína no varejo em vários países no início do ano se deve a mudanças na oferta, além de custos mais altos de mão de obra e energia em toda a cadeia produtiva.

Exportações e perspectivas para a suinocultura brasileira

Apesar dos desafios, as exportações brasileiras de carne suína continuam sendo impulsionadas pelas fortes importações da China e do México. A China é o principal destino das exportações brasileiras da proteína, representando 38% do volume exportado.

Segundo o Rabobank, nos primeiros quatro meses deste ano, o Brasil registrou um aumento de 16% no volume e 30% na receita das exportações de suínos para a China em comparação com o ano anterior.

A expectativa é que a China eleve ainda mais os volumes importados do Brasil no final de junho e início de julho, devido ao feriado da “Golden Week” no país asiático.

Outro destaque nas exportações é o Chile, que se tornou o terceiro principal importador da proteína brasileira, atrás apenas da China e de Hong Kong. O volume importado pelo Chile aumentou 69% em comparação com 2022, representando 7,3% das exportações brasileiras. Novas plantas estão sendo habilitadas para atender a esse mercado.

“O Brasil enfrenta desafios tanto na avicultura quanto na suinocultura. Enquanto o setor avícola lida com a detecção de gripe aviária em aves silvestres, a suinocultura busca estimular o consumo da proteína em meio a oscilações no mercado internacional”, diz Wagner.

Apesar disso, as exportações brasileiras de carne suína continuam fortes, principalmente para a China. A perspectiva é de que os volumes exportados se mantenham competitivos em relação à carne bovina no mercado interno. O país está adotando medidas de prevenção e investindo em tecnologia para garantir a sanidade animal e a qualidade dos produtos exportados.

Canal Rural

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