Boi gordo: Queda nos preços e disputa acirrada entre pecuaristas e frigoríficos

“Apesar das tentativas do pecuarista em cadenciar o ritmo dos negócios, aproveitando o cenário favorável das pastagens, os frigoríficos mantiveram a pressão”

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 27/02/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

A semana passado encerrou com oscilações e ajustes nas negociações do mercado físico do boi gordo, segundo a consultoria Agrifatto, deixando as indústrias em alerta diante das vendas irregulares no mercado atacadista. Prevê-se que esta semana siga o mesmo padrão, com um cenário de dificuldades acentuadas e uma disputa acirrada entre pecuaristas e frigoríficos, tendência que se mantém desde o início de fevereiro.

Em Minas Gerais, a arroba do boi gordo sofreu uma queda significativa, com desvalorização de 3,1% em comparação com a semana anterior, sendo negociada a R$ 220,80 por arroba.

Por outro lado, a arroba matogrossense demonstrou resistência, registrando uma valorização de 0,9%, alcançando o valor de R$ 212,90 por arroba. Na Bolsa de Valores (B3), os contratos também refletiram a tendência negativa do mercado físico, com o vencimento para março de 2024 recuando 1,1%, sendo cotado a R$ 232,10.


As escalas de abate seguem a tendência do mercado atacadista, com a baixa demanda resultando em estoques cheios e possibilitando que as indústrias mantenham suas escalas alongadas.

As programações dos frigoríficos continuam confortáveis, com um avanço médio de 1 dia útil em relação à semana anterior, totalizando 10 dias úteis. As escalas paulistas fecharam com 12 dias úteis, representando um acréscimo de 2 dias em comparação com a semana passada. Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras e Mercado, os frigoríficos intensificaram suas estratégias de teste no mercado, especialmente na região centro-norte do país, após conquistarem avanços significativos nas escalas de abate, impulsionados pelo aumento na oferta de fêmeas.

De acordo com Iglesias, a pressão sobre os preços da arroba foi evidente, principalmente após a queda nos preços do atacado em São Paulo. “Apesar das tentativas do pecuarista em cadenciar o ritmo dos negócios, aproveitando o cenário favorável das pastagens devido às chuvas no centro-norte do Brasil, os frigoríficos mantiveram a pressão“, afirma.

Os preços da arroba do boi gordo apresentaram variações em diferentes regiões do país, com quedas expressivas, segundo a consultoria Safras e Mercado, destacando-se:
São Paulo (Capital): R$ 235, queda de 2,08% Goiás (Goiânia): R$ 218, queda de 3,11% Minas Gerais (Uberaba): R$ 235, queda de 2,08% Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 225, queda de 2,17% Mato Grosso (Cuiabá): R$ 212, queda de 1,40% .

Os preços específicos dos cortes de carne bovina não registraram mudanças significativas em comparação com a semana anterior: o quarto do traseiro foi precificado a R$ 18,50 por quilo, enquanto o quarto dianteiro manteve-se em R$ 13,00 por quilo.

Em relação às exportações, fevereiro registrou um desempenho sólido para o setor, com um aumento significativo no valor médio diário das exportações em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, o preço médio da tonelada sofreu uma desvalorização em relação a fevereiro de 2023. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior, indicando uma dinâmica complexa no mercado internacional de carne bovina.

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