Boi gordo: mercado permanece à espera de resolução entre Brasil e China

Negociações devem permanecer em ritmo arrefecido no curto prazo, apostam analistas do setor; preços da arroba ficam estáveis nas principais praças pecuárias.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 01/03/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Nesta segunda-feira, 27 de fevereiro, o mercado brasileiro do boi gordo ficou praticamente parado, à espera de resoluções comerciais entre o Brasil e a China, que deixou e comprar a carne brasileira após o surgimento de um novo caso atípico de “vaca louca” no País.

Segundo a consultoria, um grande player exportador localizado na região de Rochedo (MS) deve conceder férias coletivas aos seus colaboradores diante das operações paralisadas desde o anúncio oficial da suspensão dos embarques ao mercado chinês.

“Desse modo, os preços do boi do MS seguem bastante pressionados”, observa a S&P Global, que acrescenta: “Apesar de não haver apontamentos de novos recuos neste início de semana, há informações de incisivas tentativas em condicionar novas quedas na cotação da arroba do boi gordo no Estado, porém, os pecuaristas locais relutam em efetivar tratativas em pisos inferiores”.

Na praça de São Paulo, diz a consultoria, as cotações para o “boi-China” (animal abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) permanecem sem apontamentos, e os pecuaristas paulista direcionam as suas vendas ao mercado interno.

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, “não há ofertas de compra para o “boi-China”, e a disponibilidade de animais comuns (direcionados ao mercado interno) quase inexiste.

“Os pecuaristas também estão retraídos em função do fator-China”, afirma a Scot. Com isso, na praça paulista, grande parte das indústrias frigoríficas não abriram preços nesta segunda-feira. “O que existe de oferta não tem estimulado uma quantidade expressiva de negócios; pode-se dizer que o mercado está parado”, reforça a Scot.

As ofertas de compra existentes estão em R$ 277/@ de boi gordo, R$ 261/@ de vaca e R$ 275/@ de novilha (preços brutos e a prazo), informa a Scot, referindo-se ao mercado paulista.

No restante do País, relata a S&P Global, as escalas de abate das indústrias permanecem represadas em torno de 7 dias úteis.

O ambiente de negócio deve permanecer em grande queda de braço, ressalta a consultoria, acrescentando que muitos pecuaristas seguem segurando a boiada gorda nas fazendas, cujas pastagens foram favorecidas pelas chuvas generosas dos últimos meses.

Portal DBO

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