Com as negociações perdendo intensidade nas praças brasileiras, o viés positivo do mercado físico do boi gordo arrefeceu nesta semana, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Segundo a Scot Consultoria, o preço do boi gordo de São Paulo, referência para outras regiões do País, ficou estável neste segundo dia da semana, movimento influenciado pela retirada das ordens de compras por parte das indústrias locais.
Com isso, pelos dados da consultoria, o boi gordo segue valendo R$ 282/@ no interior de São Paulo, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 262/@ e R$ 272/@ respectivamente (preços brutos e a prazo).
O “boi-China” (abatido mais jovem, com idade de até 30 meses) está cotado em R$ 290/@ no mercado paulista (no prazo, valor bruto).
De acordo com apuração da IHS Markit, considerando todas as praças brasileiras, a terça-feira (13/12) foi marcada por uma intensa queda de braço entre pecuaristas e frigoríficos, condição que resultou numa menor liquidez de negócios e estagnação nos preços da arroba.
“Boa parte das unidades de abate espalhadas pelo País passaram a diminuir o ritmo de compra de animais terminados, acompanhando uma aparente inconsistência no escoamento da produção de carne bovina no mercado interno”, ressaltam os analistas das IHS, que acrescentam: “Os frigoríficos parecem têm estoques suficiente para atender compromissos de curtíssimo prazo”.
Com isso, continua a IHS, algumas indústrias passaram a testar novas efetivações de negócios a valores abaixo das máximas vigentes.
“A pressão por parte de algumas unidades tem se ancorado em escalas minimamente ajustadas à demanda vigente, haja visto que a disponibilidade de animais na linha de abate parece ser suficiente para atender o consumo doméstico de final de ano”, reforça a IHS.
Em média, as escalas de abate dos frigoríficos brasileiros variam entre 5 e 7 dias, relata a IHS.
“Há relatos de que existam plantas frigoríficas reescalonando os abates diários ao longo das semanas de Natal e de Ano Novo, optando por operar abaixo da capacidade estática”, afirmam os analistas, completando: “A estratégia é evitar formação de estoques nas câmaras frias”.
Em relação aos pecuaristas, as boas condições de chuvas têm garantido bom suporte nas pastagens, o que renovou a capacidade de manutenção dos animais nas propriedades nesta etapa final do ano.
“Muitos pecuaristas ainda buscam barganhar melhores preços pelos poucos lotes remanescentes nas fazendas”, observa a IHS.
Segundo a consultoria, a oferta de lotes de confinamento já não é significativa e a cadeia passará a depender cada vez mais de animais terminados no pasto.
“A pressão baixista deve pairar sobre o mercado físico nesta reta final de ano”, apostam os analistas.
No entanto, continua a IHS, as negociações em patamares abaixo das máximas vigentes não têm resultado em efetivações de novos negócios.
“Os preços de balcão são referenciais menores, porém os pecuaristas optam por não entregar os seus animais a valores mais baixos”, ressalta a IHS.