A safra 2022/23 de algodão foi positiva, embora o custo de produção tenha sido alto. Na Bahia, segundo maior produtor da pluma do Brasil, o clima foi determinante para o sucesso da cultura.
“Fechamos com 350 arrobas por hectare, ou seja, 5.250 quilos por hectare de algodão capulho. Foi uma safra de clima bom; fevereiro foi um pouco mais seco, mas o algodão conseguiu fechar o ciclo, fazer ponteiro. Pelos problemas geopolíticos, foi também uma safra marcada pelos altos custos de produção, principalmente os fertilizantes, que estavam bem caros. Mas acabamos conseguindo produtividade bem elevada, o que nos ajudou”, relata o diretor de produção, Rafael Zacarias.
Crescimento brasileiro
Projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que, pela primeira vez, o Brasil pode ultrapassar o país norte-americano em produção. A estimativa é de três milhões de toneladas.
Quanto às exportações, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) estima que os embarques brasileiros devam aumentar 77,3% na safra 23/24, chegando a 2,569 milhões de toneladas de algodão. Enquanto isso, os Estados Unidos seguem na dianteira, mas com margem apertada: 2,656 milhões de toneladas, queda de 4,4% ante à última temporada.
Produção no Matopiba
A Abrapa mostra que a Bahia, o Maranhão e o Piauí produziram, juntos, quase 696 mil toneladas, sendo a Bahia responsável por 615 mil toneladas.
Para a safra 2023/24, a estimativa é que a região produza aproximadamente 715 mil toneladas da pluma.
“Acredito que foi o maior custo da safra dos últimos anos, mas a implantamos e o clima colaborou muito bem e tivemos uma excelente safra, com excelente qualidade e já está tudo finalizado, beneficiado e analisado. Agora, é só cumprir os contratos, entregar o algodão que foi vendido e atender essa necessidade do mercado”, salienta o presidente da Abrapa, Luiz Carlos Bergamaschi.
Na região, o estado que mais deve crescer em área semeada com o algodão é o Piauí.